Brasil, 28 de agosto de 2025
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Reflexões sobre o Concílio de Nicéia e a unidade do Pai e do Filho

O Concílio de Nicéia, realizado em 325, reafirmou a divindade do Filho, condenando a visão ariana. Dom Vital Corbellini reflete sobre essa unidade.

O Concílio de Nicéia, realizado em 325, marcou um momento crucial na história do cristianismo, ao reafirmar a divindade do Filho de Deus. Essa doutrina foi defendida contra as ideias de Arius, que negavam a natureza divina do Filho. Na ocasião, mais de 300 bispos se reuniram para discutir essas questões, destacando a unidade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, aspectos fundamentais da fé cristã.

A afirmativa do Concílio sobre a divindade do Filho

Durante o Concílio, ficou decidido que o Filho é “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai.” Essa definição visa estabelecer a co-equalidade e a efusão do Filho com o Pai, combatendo as ideias arianas que pendiam para uma subordinação do Filho em relação ao Pai. O bispo Dom Vital Corbellini, de Marabá – PA, relembra a importância desta declaração e como ela moldou a compreensão da Trindade ao longo dos séculos.

A visão de Santo Agostinho e a unidade entre as Pessoas divinas

A abordagem de Santo Agostinho, um dos teólogos mais influentes da Igreja, proferiu uma sinfonia sobre a unidade entre o Pai e o Filho. Ele destacou que o Pai revela ao Filho tudo o que faz – uma ligação essencial na teologia cristã. Conforme está escrito no Evangelho de João, “O Pai faz tudo pelo Filho” (Jo 5,19). Essa unidade se expressa na plenitude das obras e na perpetuidade da vida, que é concedida a ambos.

O poder de ressuscitar os mortos

Um dos pontos mais fascinantes abordados por Agostinho e também contido nas escrituras é a capacidade de ambos, Pai e Filho, de ressuscitar os mortos. O Evangelho de João (5,21) afirma: “Como o Pai ressuscita os mortos e dá-lhes a vida, assim também o Filho dá a vida a quem quer.” Essa passagem fragiliza a ideia de dualidade ou subordinação; ao contrário, enfatiza a harmonia e a igualdade entre as duas pessoas da Trindade.

O julgamento e a honra entre o Pai e o Filho

Outro aspecto importante que Agostinho discorre é o ato do julgamento. Segundo João 5,22-23, “o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho”. Essa afirmação sublinha que a honra que deve ser dada ao Filho não é inferior àquela que se deve ao Pai. A concepção trinitária revela que a adoração e o respeito por uma das Pessoas não podem ser dissociados da adoração e do respeito pelas outras.

A ressurreição e a vida eterna

Santo Agostinho, assim como o Concílio de Nicéia, enfatiza que a ressurreição dos mortos é um aspecto central da expectativa cristã. João 5,25 menciona um momento em que “os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que ouvirem viverão.” Essa propensão não é somente uma promessa para o futuro, mas também uma realidade agora, no sentido de que aqueles que acreditam em Cristo já têm a vida eterna.

A vida em si mesmo e sua implicação divina

Um ponto culminante da teologia de Santo Agostinho reside no entendimento de que a vida é um dom que tanto o Pai quanto o Filho possuem em Si mesmo. Isso não implica que a vida do Filho seja emprestada ou derivada de outra fonte. Em João 5,26, está claro que “o Pai possui a vida em Si mesmo, assim também dá ao Filho ter a vida em Si mesmo.” Essa relação de vida não reflete apenas poder, mas a essência de que eles são um em Sua divindade.

A mensagem do Concílio de Nicéia e sua relevância contemporânea

O espírito da mensagem do Concílio de Nicéia e as reflexões de Santo Agostinho permanecem relevantes até os dias de hoje. Ao reafirmar a unidade do Pai e do Filho, a Igreja nos convida a viver em comunhão em nossas comunidades e paróquias, promovendo boas obras e amando os mais necessitados. A busca pela unidade não é apenas um ideal cristão, mas também uma prática que reflete o amor de Deus Uno e Trino.

Em um mundo muitas vezes dividido, a mensagem de Nicéia nos lembra que a união e a harmonia são cruciais para a fé cristã e que a verdadeira compreensão da divindade deve refletir um chamado à união entre todas as pessoas, em comunhão com Deus e uns com os outros.

Em resumo, o Concílio de Nicéia e as interpretações de Santo Agostinho não são meramente registros históricos, mas fundamentos vivos que nos guiam na compreensão da Trindade e no respeito a cada uma das Pessoas divinas, oferecendo uma visão de esperança e unidade na complexidade da vida cristã contemporânea.

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