Brasil, 28 de agosto de 2025
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Seis milhões de jovens latino-americanos podem ficar na pobreza até 2030, aponta ONU

A crise climática ameaça empurrar mais jovens na pobreza na América Latina, segundo relatório do Unicef e Cepal. Medidas urgentes são necessárias

Um relatório elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) alerta que, devido às mudanças climáticas, seis milhões de latino-americanos com menos de 25 anos podem cair na pobreza até 2030. O estudo, que reúne dados de 18 países da região, aponta que atualmente há cerca de 94 milhões de jovens nessa condição, número que tende a aumentar em consequência de secas, incêndios florestais e inundações provocados pelo aquecimento global.

Impactos da mudança climática na juventude latino-americana

“Eles enfrentam riscos sem precedentes que ameaçam não apenas seu presente, mas também suas oportunidades futuras”, indica o relatório intitulado “O impacto da mudança climática na pobreza infantil e juvenil da América Latina”. A pesquisa destaca que jovens e crianças são mais vulneráveis às consequências do aquecimento global, pois possuem menos capacidade de suportar condições climáticas extremas, como ondas de calor, secas, tempestades e enchentes.

Secas e desastres naturais na região

A região vem sofrendo uma intensificação das secas em áreas críticas, como o corredor seco centro-americano, o nordeste do Brasil e partes do Cone Sul, prejudicando a agricultura local e afetando a alimentação de crianças e jovens, o que pode impactar sua saúde para toda a vida. Segundo o relatório, se não houver ações concretas para limitar as emissões de gases de efeito estufa, o número de jovens afetados pode aumentar em quase 18 milhões.

Para o representante da Cepal, “dada a inércia do sistema climático, existe um certo nível de aquecimento já comprometido e, portanto, alguns dos impactos serão inevitáveis”, alertou José Eduardo Alatorre. A necessidade de fortalecer os serviços sociais em saúde, nutrição e educação é destacada como prioridade, além de ampliar investimentos para proteger infraestruturas essenciais, principalmente aquelas relacionadas às crianças.

Medidas urgentes e desafios futuros

Segundo os especialistas, o valor estimado para evitar esse aumento na pobreza é entre US$ 10 bilhões e US$ 48 bilhões (R$ 54 bilhões a R$ 261 bilhões). Os recursos devem ser direcionados para ações de adaptação às mudanças climáticas e fortalecimento de programas sociais, especialmente na proteção de crianças e jovens vulneráveis. Programas sociais no Brasil, por exemplo, têm ajudado a elevar a renda dos mais pobres, mas ainda há grandes desafios na redução da desigualdade.

O documento também adverte sobre o aumento nas doenças transmitidas por mosquitos — como malária, zika e dengue — agravado por inundações e chuvas torrenciais. Além do impacto na saúde, esses eventos provocam altas perdas econômicas, chegando a uma média de US$ 21,3 bilhões (R$ 113 bilhões) anuais na última década, o que limita o investimento em áreas essenciais como saúde, educação e habitação, dificultando a saída de milhões da pobreza.

Perspectivas e recomendações

O relatório recomenda que os governos reforcem os serviços sociais e implementem ações para mitigar os efeitos do clima, incluindo maior educação ambiental e respostas eficientes às emergências. Segundo Reis López, assessor de clima do Unicef, sem investimentos em serviços resilientes e vontade política para reduzir as emissões, as futuras gerações continuarão vivendo privações de seus direitos, perpetuando a desigualdade na região.

De acordo com o documento, é necessário destinar entre US$ 10 bilhões e US$ 48 bilhões para evitar o agravamento da pobreza infantil até 2030, o que exigirá uma mobilização de recursos significativa por parte dos países e setor privado. As ações urgentes podem evitar um retrocesso em décadas na luta contra a pobreza de jovens na América Latina e Caribe.

Para saber mais, acesse a nota completa sobre o estudo.

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