Desde que João Fonseca, um promissor tenista de apenas 19 anos, venceu o russo Andrey Rublev, então nono do ranking, no Australian Open, e conquistou o ATP 250 de Buenos Aires, o mundo do tênis passou a observar com atenção as suas performances. Com crescimento meteórico, as expectativas naturalmente aumentaram sobre o seu desempenho, trazendo tanto elogios quanto críticas. O jovem brasileiro encerrou sua participação em Grand Slams em 2025 com uma derrota por 3 sets a 0 (7/6 (4), 6/2 e 6/3) para o tcheco Tomas Machac, 22º no ranking, na segunda rodada do US Open.
A análise pós-jogo de João Fonseca
Após a eliminação, João afirmou que faltou experiência em momentos decisivos. “Ele (Machac) já foi top 20, tem mais experiência para jogar cinco sets, entende onde impor mais intensidade, quando ir para a bola, ser consistente. Faltou experiência, entender onde ficar mais sólido, ser mais agressivo. Mas são situações que a gente tem que pensar e melhorar”, destacou o atleta, consciente de que cada partida é uma oportunidade de aprendizado.
Desempenho na temporada e desafios físicos
João colheu muitos frutos em sua primeira temporada completa como profissional. O tenista venceu todos os seus jogos de estreia em torneios deste nível — avançou até a terceira rodada de Roland Garros e Wimbledon, e chegou à segunda na Australian Open e no US Open. Porém, mesmo com um desempenho elogiável, é normal que ele enfrente dificuldades para superar rivais mais experientes no circuito. “O João mostrou-se um jogador em constante evolução, o que, no fim das contas, é o mais importante para um garoto que mal tem um ano de carreira e já é top 50”, comenta Sylvio Bastos, comentarista da ESPN Brasil, enfatizando a importância do processo de amadurecimento no esporte.
Em relação à sua ascensão meteórica, Sylvio destaca que João precisava estar ciente de que ele se tornaria alvo de atenção nos vestiários, onde os adversários passariam a analisá-lo minuciosamente. Isso implica em uma adaptação tanto técnica quanto mental.
A evolução física de João é outro aspecto que a equipe dele reconhece como crucial. Aos 19 anos, ainda passando por mudanças corporais, João sentiu o peso do calendário intenso, que exigiu dele um tempo de descanso após o ATP Masters 1000 de Miami, apontando a necessidade de um gerenciamento mais inteligente de sua carreira.
Próximos passos e desafios enfrentados
A questão física parece estar diretamente ligada a uma das deficiências que o jovem tenista enfrentou nesta temporada: a falta de paciência durante pontos mais longos. Conhecido por seu estilo agressivo, ele muitas vezes se deixou levar por oponentes mais centrados e fisicamente mais preparados. Sylvio também ressalta que a necessidade de tempo para desenvolvimento físico é crucial, sugerindo que João deve escolher suas competições com sabedoria para não comprometer sua saúde e capacidade de competir ao longo do ano.
Após a eliminação no US Open, João optou por não participar do ATP 500 de Washington para evitar sequências de jogos que poderiam prejudicá-lo fisicamente. Seu foco agora está na Copa Davis, marcada entre 12 e 14 de setembro, onde o Brasil enfrentará a Grécia. Um bom desempenho nesta competição será vital para garantir a vaga nas classificatórias para 2026. Em seguida, ele se prepara para a Laver Cup, agendada para ocorrer entre 19 e 21 de outubro.
Apesar das dificuldades enfrentadas, a trajetória de João Fonseca mostra que ele é um tenista com grande potencial, e com o tempo e experiência, ele pode se consolidar ainda mais no cenário internacional do tênis.