Nesta semana, Erik e Lyle Menendez compareceram a uma audiência com um juiz na Califórnia, quase 30 anos após serem condenados pelo assassinato de seus pais, José e Mary Louise “Kitty” Menendez. Ambos tentaram obter a liberdade condicional, mas tiveram seus pedidos negados, levando em consideração seu histórico na prisão e comportamentos inadequados.
Histórico do caso e pedidos de liberdade condicional
Após um primeiro julgamento que resultou em tentativa de mistrial, os irmãos foram condenados em 1996 pelo assassinato ocorrido em 1989. Enquanto os promotores alegaram motivação financeira, os irmãos afirmaram ter agido em legítima defesa, após anos de abuso sexual por parte do pai, conhecimento do qual a mãe, segundo eles, teria tido consciência.
Inicialmente, receberam sentença de prisão perpétua sem possibilidade de libertação, mas ficaram elegíveis em maio de 2024 devido a uma lei da Califórnia que permite audiências de condicional para crimes cometidos por menores de 26 anos. Desde então, Erik e Lyle passaram por audiências de parole, mas ambas foram negativas até agora.
Razões para a negação da liberdade condicional
Erik Menendez
Durante a audiência na quinta-feira, o comissário de liberdade condicional, Robert Barton, afirmou que Erik “não é um prisioneiro exemplar”, citando mais de 12 infrações na prisão, incluindo posse de celular, uso de drogas e álcool, além de envolvimento em um esquema de fraude fiscal. Erik, por sua vez, declarou que vivia com “tremor de medo” na prisão, mas Barton ressaltou que essa situação não justifica o comportamento dele. “Você sabia o que fazia e o porquê”, afirmou.
Lyle Menendez
Na audiência de sexta-feira, ele também foi considerado inapto por “desrespeito às regras” e outras condutas inadequadas. A comissária Julie Garland destacou que, embora Lyle seja considerado “um preso exemplar em muitos aspectos”, ele ainda apresenta “traços de personalidade antissociais, como engano, minimização e quebra de regras”, que permanecem sob uma aparente fachada positiva.
Próximos passos e possibilidades de liberdade
Os irmãos só poderão solicitar nova condicional em 2028. No entanto, ainda há uma possibilidade de revisão dessa decisão, uma vez que o prazo para tornar definitiva a decisão é de 120 dias, conforme informa a CNN. Posteriormente, a governadora da Califórnia, Gavin Newsom, pode decidir manter ou reverter a resultado.
Além disso, Erik e Lyle têm uma petição de habeas corpus pendente, buscando um novo julgamento com base em novas evidências que não foram apresentadas na época do julgamento original, segundo a NPR. Ainda não há uma previsão concreta para o desfecho dessas alternativas.
Reações e apoio público
Apesar da rejeição, ambos receberam apoio de familiares, como a mãe de Erik, e de figuras públicas, incluindo a influenciadora Kim Kardashian. Essas vozes defendem uma reavaliação da condicional, com argumentos relacionados à reabilitação dos irmãos e à mudança de comportamento na prisão.
O caso segue sob atenção, e o que acontecerá nos próximos meses poderá alterar o estado atual da liberdade de Erik e Lyle Menendez, que continuam presos enquanto aguardam recursos e decisões judiciais.