Brasil, 27 de agosto de 2025
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TV 3.0: nova era da televisão aberta no Brasil chega em 2026

A TV 3.0 promete revolucionar a forma como os brasileiros assistem televisão, integrando internet e interatividade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira (27), no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da tecnologia de televisão aberta e gratuita brasileira. Segundo o Ministério das Comunicações, essa tecnologia irá revolucionar a forma como os brasileiros assistem televisão, trazendo mais modernidade e recursos para os usuários.

O que é a TV 3.0?

Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 integrará serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast). Isso permitirá o uso de aplicativos que possibilitem aos telespectadores interagir com a programação e até realizar compras diretamente de seus televisores, criando novas oportunidades de receita para as emissoras. O novo sistema será baseado no ATSC 3.0 (Advanced Television Systems Committee), conforme recomendado pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD).

Principais características da TV 3.0

Com mais interatividade, qualidade de som, imagem superior e maior integração com a internet, a TV 3.0 promete modernizar o setor e colocar o Brasil na vanguarda da radiodifusão mundial. Entre as novidades, estão:

  • Interatividade e personalização, como votações em tempo real e conteúdos estendidos;
  • Serviços de governo digital e alertas de emergência;
  • Publicidade e conteúdos personalizados;
  • T-commerce, permitindo compras pelo controle remoto;
  • Interface baseada em aplicativos, onde emissoras poderão oferecer conteúdos adicionais sob demanda.

A nova interface e sua importância

Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especialista em TV digital, destaca que a nova interface permitirá aos telespectadores acessar a programação de forma mais direta. “Os canais voltarão a estar em posição de destaque em um catálogo de aplicativos”, afirma. Com isso, a troca rápida entre canais continuará, mas será aprimorada em um ambiente digital que promove mais visibilidade e interatividade.

Retomada do protagonismo da TV aberta

Em um cenário onde a TV aberta estava perdendo espaço para serviços de streaming, a TV 3.0 surge com a proposta de retomar essa relevância. O professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), explica que a nova tecnologia pode tornar a televisão uma opção preferencial para o consumo de conteúdo, principalmente em lares conectados à internet.

“A maioria das TVs instaladas em residências do Brasil não está conectada a antenas de recepção de TV aberta”, observa Lemos, refletindo sobre as mudanças no consumo de mídia.

O papel da TV pública na era da TV 3.0

A TV 3.0 também deve garantir destaque para a televisão pública, através da criação de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública. Carlos Neiva, da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral), destaca que a nova tecnologia permitirá que emissoras públicas se tornem mais acessíveis, mesmo em áreas onde não há sinal de radiodifusão.

“Mais de 50% dos televisores hoje no Brasil são conectados à internet. Isso significa que mesmo em regiões onde o sinal aberto não chega, a TV pública poderá ser acessível por meio da conexão de internet”, afirma Neiva.

Desafios para a implementação da TV 3.0

No entanto, a implementação da TV 3.0 traz desafios, como os custos de migração para as emissoras, que incluem licenciamento de tecnologia e aquisição de transmissores, além da necessidade de conversores e receptores para os telespectadores. A universalização do acesso à internet de qualidade também é um aspecto crucial, uma vez que, segundo dados do Cetic.br, apenas 22% da população brasileira possui condições satisfatórias de conectividade.

A expectativa é que uma parte da população brasileira já consiga desfrutar da TV 3.0 durante as transmissões da Copa do Mundo de 2026. A nova tecnologia representa uma oportunidade para revitalizar o setor de radiodifusão e garantir que a televisão continue relevante em um mundo cada vez mais digital.

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