O Rio de Janeiro enfrenta um desafio significativo em seu desenvolvimento urbano e social. De acordo com o recente Ranking de Competitividade dos Municípios 2025, divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Centro de Liderança Pública (CLP), a capital fluminense caiu 22 posições e agora ocupa a 60ª colocação entre 418 cidades brasileiras. Essa queda é uma reflexo de perdas em 11 dos 13 indicadores analisados, impactando diretamente a qualidade de vida de seus habitantes.
Indicadores em queda e suas implicações
Os resultados do estudo revelam que o Rio de Janeiro experimentou quedas alarmantes em várias áreas críticas. O indicador de Inserção Econômica, por exemplo, caiu 101 posições, posicionando a cidade na 176ª colocação. Outras áreas que merecem destaque incluem Saneamento, que caiu 69 posições, Segurança, que perdeu 38, e Acesso à Saúde, que registrou uma queda de 32 posições, agora ocupando a 72ª posição no ranking.
Entre as perdas mais expressivas, destaca-se o crescimento dos empregos formais, com uma queda de 267 posições, agora na 405ª colocação. A cobertura da coleta de resíduos domésticos e o tratamento de esgoto também sofreram quedas significativas, posicionando-se nas 191ª e 241ª colocações, respectivamente. A qualidade do ensino médio exemplificada pelo IDEB é igualmente preocupante, com o Rio alcançando a 408ª posição.
Desempenho em educação e saúde
Os dados revelam um quadro crítico no setor educacional. O desempenho em ENEM foi considerado razoável, com a 67ª posição, mas a situação do IDEB para o ensino médio é alarmante. O Rio ocupa a 408ª posição, refletindo desafios constantes para a educação de qualidade. A cobertura de alunos em tempo integral no ensino fundamental, por outro lado, teve uma melhor colocação, figurando na 38ª posição.
No setor da saúde, resultados mistos aparecem. Embora o Acesso à Saúde figure na 72ª posição, outros indicadores, como a mortalidade materna (276º lugar) e mortalidade na infância (259º), revelam deficiências severas na atenção à saúde pública. Somente a cobertura de saúde suplementar avançou, ocupando a 33ª posição.
A máquina pública e inovação no carioca
Em meio a essas dificuldades, o Rio de Janeiro se destaca em dois pilares específicos. Na área de Inovação e Dinamismo Econômico, a cidade está na 16ª colocação, apesar de ter caído cinco posições. Além disso, o Funcionamento da Máquina Pública se colocou na 45ª posição, com um avanço de 11 colocações. Essa versatilidade pode oferecer um alicerce para a recuperação nas demais áreas, caso haja um direcionamento correto de políticas públicas.
Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, enfatiza a importância desse ranking como orientação aos novos gestores públicos, especialmente em anos eleitorais: “Um cidade eficiente é aquela que consegue gerar efeitos positivos e transformar a realidade da sociedade a partir de políticas públicas baseadas em dados, com um uso racional de recursos.”
Niterói como um caso de sucesso
Enquanto o Rio de Janeiro enfrenta um cenário deteriorado, sua vizinha Niterói experimenta um crescimento notável. A cidade subiu para a 19ª posição no ranking geral, impulsionada por avanços em Saneamento, Sustentabilidade Fiscal e Capital Humano. Niterói se destaca nacionalmente em itens como destinação de lixo, coleta de resíduos domésticos e abastecimento de água, onde ocupa a primeira posição.
Contrastes na Baixada Fluminense
O levantamento também evidencia desigualdades marcantes na Baixada Fluminense. Enquanto Mesquita se destaca na 9ª posição no pilar de segurança, Japeri luta em posições muito abaixo, na 317ª colocação. Problemas de acessibilidade à educação e saúde em Japeri, que figura entre os piores, mostram que ainda há um longo caminho a percorrer na região.
Perspectivas e desafios futuros
A análise do Ranking de Competitividade dos Municípios 2025 é um alerta para a necessidade urgente de reformas e ações concretas no Rio de Janeiro. Os desafios são grandes e abrangem várias áreas, desde a segurança até a saúde. Entretanto, com planejamento adequado e políticas públicas efetivas, a cidade pode reverter esse quadro e oferecer uma melhor qualidade de vida para seus cidadãos.
Enquanto Niterói avança e brilha, o Rio precisa se unir em torno de uma agenda proativa que priorize a gestão eficaz e a inclusão social, para que a cidade possa, finalmente, voltar a competir em pé de igualdade com as cidades mais desenvolvidas do Brasil.
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