O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, inicia nesta quarta-feira uma missão oficial de dois dias na Cidade do México. O objetivo é fortalecer as relações bilaterais e explorar oportunidades de comércio e investimento entre Brasil e México, especialmente após as dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo brasileiro com tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Agenda na capital mexicana reforça foco na ampliação de mercados
Alckmin participará de encontros com autoridades mexicanas, empresários e representantes de diferentes setores. Entre os principais momentos está a reunião com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, no Palácio Nacional, na quinta-feira. A visita também inclui reuniões com ministros mexicanos, como os de Agricultura, Relações Exteriores e Economia, além de um encontro com a bancada empresarial do país.
Reforço às relações políticas e comerciais na região
De acordo com o vice-presidente, a agenda na capital mexicana visa fortalecer a parceria estratégica entre os dois países. “O México é um parceiro importante para o Brasil. Esta visita é uma oportunidade estratégica para aprofundarmos nosso diálogo político e, principalmente, para abrirmos novas frentes de comércio e investimento que gerarão prosperidade para nossos povos”, afirmou Alckmin.
Na programação, estão previstos encontros com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado mexicano, Alejandro Murat Hinojosa, além de reuniões com ministros de Agricultura, Relações Exteriores e Economia, na tarde de quarta-feira. O encerramento do primeiro dia será com um encontro empresarial Brasil-México.
Busca por novos mercados diante de tarifas americanas e prioridades na América Latina
O governo brasileiro busca diversificar seus mercados, uma estratégia impulsionada pelo tarifamento de produtos brasileiros pelos EUA, com tarifas de até 50% desde 2021, em resposta às políticas comerciais de Donald Trump. Vizinhos dos EUA, como México e Canadá, têm prioridade nas negociações de acordos comerciais. No último mês, o Brasil anunciou a retomada das negociações com o Canadá para um acordo de livre comércio, interrompido desde 2021.
Dados do MDIC mostram que, em 2024, o comércio entre Brasil e México totalizou US$ 13,6 bilhões, com um superávit de US$ 866,1 milhões para o Brasil nos primeiros sete meses de 2025. “Sem ressentimentos: empresários americanos serão muito bem tratados pelo governo brasileiro”, afirmou Durigan, representante do setor privado.
Impactos na economia brasileira e regional
A iniciativa do governo Lula visa também fortalecer as relações econômicas na América Latina, maior bloco comercial da região. A retomada do diálogo com o México, o segundo maior parceiro comercial do Brasil na região, faz parte da estratégia de ampliar a presença brasileira na região e impulsionar setores como agronegócio, saúde e industrialização.
Na quinta-feira, além do encontro com Sheinbaum, Alckmin terá reuniões com o secretário de Saúde, David Kershenobich Stalnikowitz, e empresários mexicanos. O objetivo é abrir novas frentes de negócios, especialmente em tempos de desafios nas exportações para os Estados Unidos.
Perspectivas futuras e próximos passos
Especialistas destacam que o sucesso dessa missão pode abrir portas para novos acordos e parcerias na região, contribuindo para diminuir a dependência do mercado americano. A retomada das negociações comerciais com o Canadá e a busca por maior integração regional mostram o esforço do Brasil em fortalecer sua atuação na América Latina após os obstáculos comerciais com os EUA.
O governo brasileiro anunciou que a missão ao México faz parte de uma estratégia de ampliar a presença internacional, com foco em mercados vizinhos e na construção de uma trajetória de maior autonomia econômica na região.
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