Brasil, 27 de agosto de 2025
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Despejo de tutor de 104 gatos vira problema de saúde pública em Valinhos

Despejo de tutor que criou 104 gatos gera crise de saúde pública em Valinhos. Prefeitura busca soluções para abrigar os animais.

O caso de um despejo envolvendo uma família que abriga 104 gatos em uma casa alugada em Valinhos, interior de São Paulo, transformou-se em um grave problema de saúde pública, levando as autoridades a buscarem urgentemente uma solução. O motorista de aplicativo Ricardo Eduardo Machado Ugolini, que tenta manter a guarda dos animais, enfrenta dificuldades financeiras que tornaram inviável o pagamento do aluguel, resultando em uma ordem de despejo judicial.

Uma situação desafiadora para os gatos e a comunidade

A luta de Ricardo para continuar cuidando dos gatos começou há 28 anos, quando começou a resgatar animais. No entanto, a situação se agravou após a saúde de sua mãe se deteriorar, o que exigiu gastos significativos com tratamento médico. Ele afirma que, após a morte dela, não conseguiu se estabilizar financeiramente e, consequentemente, atrasou o aluguel de R$ 5 mil mensais devido à falta de renda durante períodos sem carro.

Com a ordem de despejo, o futuro dos 104 gatos se tornou incerto. O Ministério Público interveio, exigindo que a Prefeitura de Valinhos tomasse providências para evitar que os animais fossem abandonados nas ruas. A administração municipal, por meio do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), reconhece a falta de estrutura para acolher todos os felinos e tenta fechar parcerias com municípios vizinhos e ONGs de proteção animal, mas a realidade é que a superlotação é um problema comum em diversas localidades.

Falta de estrutura e recursos para a demanda

O DPBEA informou que atualmente abriga 34 cães e 23 gatos, com capacidade de apenas 10 felinos em seu gatil. Para acolher todos os gatos de Ricardo, seriam necessários pelo menos 15 sacos de ração por mês, além de insumos veterinários, castração e microchipagem. A gestão já admite que, além dos desafios logísticos, muitos dos gatos podem estar doentes, incluindo condições como imunodeficiência felina (FIV) e leucemia felina (FeLV), que requerem isolamento para evitar a propagação de doenças.

A combinação entre amor pelos animais e a realidade financeira

Ricardo expressa que, ao resgatar os gatos, todos receberam cuidados veterinários, incluindo castração e vacinação. Contudo, o acúmulo de animais, agora sob sua responsabilidade e incorrendo em custos altos, preocupa as autoridades locais, que consideram a situação uma questão de saúde pública que transcende as questões individuais. A Prefeitura de Valinhos, ao ser acionada pelo MP, reconheceu que não possui condições para abrigar o número elevado de animais e que está priorizando a posse responsável.

Reuniões para buscar alternativas viáveis

Recentemente, a Prefeitura se reuniu com a Secretaria de Segurança Pública e o DPBEA para discutir soluções. No entanto, respostas de lugares vizinhos e organizações que atuam na proteção animal foram negativas quanto à possibilidade de acolhimento. A superlotação é uma realidade que afeta cada vez mais espaços destinados ao bem-estar animal, complicando ainda mais a situação de Valinhos.

O DPBEA tem feito levantamentos de custos para uma eventual operação de realocação dos gatos, no caso de uma solução ser encontrada. Estima-se que, além de ração, seriam necessários recursos para cuidados veterinários, castração e microchipagem, o que demandaria uma quantia significativa de dinheiro, a qual o departamento não possui atualmente.

Uma situação que necessita de solução urgente

A situação de Ricardo e seus gatos exemplifica um problema mais amplo que afeta a sociedade, onde o amor pelos animais pode colidir com as necessidades financeiras e administrativas. Como essa história deverá se desenrolar ainda é incerto, mas o clamor por uma solução adequada para o acolhimento dos gatos é palpável tanto na comunidade quanto nas autoridades responsáveis.

A Prefeitura de Valinhos continua a buscar alternativas e promete reforçar seus esforços para proteger tanto a saúde pública quanto o bem-estar dos animais envolvidos. A comunidade, por sua vez, observa atentamente o desenrolar desse caso, que se tornou um exemplo de como a interação entre indivíduos e suas responsabilidades pode gerar desafios complexos e emergentes.

Para mais informações, acesse: g1 Campinas.

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