O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta quarta-feira (27/8), o decreto que regulamenta a TV 3.0, um novo modelo de tecnologia para a televisão aberta e gratuita no Brasil. Com essa inovação, será estabelecida uma integração entre a TV aberta e a internet, permitindo uma experiência mais interativa para os telespectadores.
A transformação da televisão
A TV 3.0, também conhecida como TV do Futuro, traz mudanças significativas no modo como os brasileiros consomem mídia. Em vez de apenas sintonizar canais como estamos acostumados atualmente, os usuários poderão navegar por canais apresentados como aplicativos na tela, embora a opção de sintonização tradicional ainda permaneça disponível.
Conteúdos sob demanda e personalização
Com o novo sistema, os canais não apenas transmitirão conteúdos ao vivo, mas também poderão adicionar programação sob demanda, incluindo séries, jogos e outros programas. Essa flexibilidade permitirá que as emissoras personalizem os temas e propagandas de acordo com as preferências de consumo dos telespectadores, promovendo uma experiência de visualização mais ajustada e envolvente.
Além disso, a interatividade será uma marca registrada da TV 3.0. Os telespectadores poderão interagir com anúncios exibidos na tela e receber conteúdos exclusivos, tornando a experiência mais dinâmica e personalizada.
Qualidade de áudio e vídeo aprimorada
Segundo o Ministério das Comunicações, a qualidade da imagem será significativamente melhorada, com a nova tecnologia permitindo a transmissão em até 4K e, quando assistida via internet, até 8K. O contraste também será elevado por meio de tecnologias como HDR (High Dynamic Range), o que promete uma imagem mais vibrante e rica em detalhes.
O áudio também receberá melhorias consideráveis. Com a implementação de tecnologias de som imersivo, a sensação de estar dentro da cena assistida será intensificada, possibilitando que os telespectadores personalizem a experiência sonora de acordo com suas preferências.
O que trazerá a TV 3.0
Entre as principais inovações que a TV 3.0 oferecerá estão:
- Login do usuário para personalização de conteúdo e direcionamento de publicidade;
- Análise do comportamento de consumo dos usuários para publicidade segmentada;
- Qualidade superior de áudio e vídeo, incluindo opções de otimização para transmissões esportivas;
- Integração com a internet e aplicativos;
- Sincronização entre programação da TV aberta e streaming, além da oferta de conteúdos locais e nacionais.
Transição gradual e voluntária
De acordo com o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, a transição para essa nova tecnologia será gradual e responsável, com a adesão dos telespectadores sendo completamente voluntária. Isso significa que aqueles que preferirem manter o atual sinal digital poderão continuar assistindo normalmente, sem qualquer previsão de desligamento.
O futuro da tecnologia de televisão
Para que a interatividade completa seja possível, os consumidores precisarão de um novo modelo de TV com tecnologia integrada — que, até o momento, ainda não está disponível no mercado. Entretanto, os televisores atuais poderão receber a nova tecnologia através de um receptor da TV 3.0 acoplado à porta USB ou HDMI.
O governo também estuda oferecer linhas de financiamento para a indústria produzir e adaptar os aparelhos de TV à nova tecnologia, além de considerar a distribuição gratuita de adaptadores para pessoas de baixa renda cadastradas no Cadastro Único.
A implementação completa da TV 3.0 está prevista para coincidir com a Copa do Mundo da FIFA em junho de 2026, prometendo trazer uma nova era para a maneira como os brasileiros se conectam ao entretenimento e à informação.
O decreto que institui a TV 3.0 foi enviado ao Congresso pelo Ministério das Comunicações em dezembro do ano passado, e a expectativa da indústria é de que a liberação das linhas de financiamento ocorra em breve, permitindo o início da produção em larga escala dos novos equipamentos necessários para a implantação desse novo padrão televisivo.