Brasil, 27 de agosto de 2025
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Isolamento de Jair Bolsonaro e a corrida eleitoral de 2026

Ex-presidente enfrenta barreiras judiciais e o centrão busca candidato competitivo para o Planalto nas próximas eleições.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta um isolamento forçado enquanto se prepara para ser julgado em uma trama golpista. Envolvido em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e com restrições para dialogar com aliados, sua situação política se complica a cada dia. Nesse contexto, o centrão avança lentamente nas articulações para apresentar um candidato forte ao Palácio do Planalto em 2026.

Nesta terça-feira (26/8), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu reforçar a segurança em torno da residência do ex-presidente em Brasília, após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida foi motivada por preocupações sobre uma possível fuga de Bolsonaro, que atualmente está em prisão domiciliar e monitorado por tornozeleira eletrônica.

Além disso, a Polícia Federal (PF) requereu que o monitoramento da segurança de Bolsonaro seja feito 24 horas por dia dentro de sua residência. O ministro Moraes ainda não se pronunciou sobre essa solicitação.

Na semana anterior, a PF apresentou indiciamentos contra Bolsonaro e seu filho, Eduardo, por coação e obstrução de processos relacionados à trama golpista. Documentos vazados pela PF incluem uma minuta de pedido de asilo feita por Bolsonaro ao presidente da Argentina, Javier Milei.


Cerco judicial a Jair Bolsonaro

  • Em novembro de 2024, Bolsonaro foi indiciado pela PF por tentativas de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito.
  • Em fevereiro de 2025, a PGR apresentou no STF uma denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe, organização criminosa, deterioração de patrimônio tombado, entre outros crimes.
  • O ex-presidente tornou-se réu em março, quando a Primeira Turma do STF acolheu a denúncia contra ele e outros sete acusados envolvidos na trama golpista.
  • Em julho, o ministro Moraes estabeleceu medidas cautelares contra Bolsonaro relacionadas a obstrução e atentado à soberania nacional.
  • No início de agosto, Moraes impôs a prisão domiciliar a Bolsonaro por violar medidas cautelares ao publicar declarações durante uma manifestação de apoio.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível em duas ações, uma delas por abuso de poder político. Essa decisão deixou a família Bolsonaro em uma encruzilhada sobre quem seria o sucessor político, dado que a opção de lançar um dos filhos ou a ex-primeira-dama não é bem aceita por outros líderes da direita.

Trinca de governadores

Recentemente, durante a Festa do Peão de Barretos, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), apareceram juntos. Caiado insinuou que um deles “ocupará o Palácio do Planalto”, aumentando as especulações sobre uma candidatura competitiva.

Enquanto isso, Bolsonaro está confinado em prisão domiciliar e distante dos eventos políticos que poderiam ajudar a moldar seu futuro e o de seus aliados.

A coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, revelou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vê a candidatura de Tarcísio como uma salvação para a direita em 2026.

Nome do clã

Bolsonaro chegou a manifestar várias vezes o desejo de que um nome da família esteja no páreo, caso não consiga recuperar sua elegibilidade. A ex-primeira-dama, Michelle, é uma das opções com baixa rejeição, embora tenha pouca experiência política.

Outra possibilidade é Flávio Bolsonaro (PL-RJ), atualmente senador, mas essa opção não tem avançado nas discussões. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, declarou sua intenção de ser o candidato escolhido pelo pai, expressando publicamente seu desconforto com a exclusão de seu nome das pesquisas.

Um problema adicional para Eduardo reside na investigação em seu nome devido à sua atuação nos Estados Unidos, onde pediu licença do cargo de deputado para buscar sanções contra os “violadores dos direitos humanos” no Brasil. A PF, na semana passada, pediu o indiciamento dele e do pai, aumentando as preocupações sobre uma possível prisão.

Avanço de Lula ao centro

Com Jair Bolsonaro cada vez mais isolado, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado fortalecer alianças com figuras da centro-direita. Lula se reuniu com líderes de partidos como MDB, PSD e Republicanos, considerando até a possibilidade de montar uma chapa com um nome neutro para 2026.

O cenário atual indica uma direita fragmentada, com diversos candidatos em vista para as próximas eleições. Em contrapartida, a esquerda parece unida na figura de Lula como seu único representante viável para 2026.

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