Em uma mensagem conjunta divulgada nesta quarta-feira (26), os Patriarcados Ortodoxo Grego e Latino de Jerusalém condenaram a evacuação de Gaza diante de uma possível ofensiva militar israelense, classificando a ação como “uma sentença de morte” para civis, incluindo cristãos, na região.
Contexto da evacuação e a crise humanitária em Gaza
Com a ameaça de uma operação militar massiva por parte das forças israelenses para retomar Gaza, os primeiros alertas de evacuação foram emitidos, obrigando muitos civis a deixarem suas casas, particularmente nas áreas próximas aos complexos religiosos de São Porfírio, no bairro de Gaza, e da Santa Família, considerados refúgios de centenas de pessoas vulneráveis, como idosos, mulheres, crianças e pessoas com deficiência.
Risco de uma nova tragédia humanitária
Segundo os patriarcados, a situação deteriorou-se ainda mais nos últimos dias, com aumento na destruição e mortes, agravando um quadro que já era dramático antes da mobilização militar. O texto afirma que “parece que os anúncios do governo israelense de que ‘os portões do inferno serão abertos’ estão se concretizando de forma trágica”.
As comunidades enfrentam uma decisão difícil: permanecer nas instalações e arriscar-se à violência ou tentar escapar, o que, na visão dos religiosos, significaria a “sentença de morte”.
Posição dos Patriarcados e apelo por paz
Os líderes religiosos reafirmaram a necessidade de respeitar os direitos dos civis e rejeitar qualquer forma de deslocamento forçado ou retenção de pessoas como reféns. “O deslocamento massivo e forçado de civis é ilegal e injustificável”, ressaltaram. “Não há justificativa para manter civis presos em condições dramáticas.”
O documento também cita as palavras do Papa Leo XIV, em 23 de agosto, quando afirmou que “todos os povos, mesmo os menores e mais vulneráveis, devem ser respeitados por sua identidade e direitos, sobretudo o direito de viver em suas terras”.
Clamores por uma solução pacífica
Os Patriarcados de Jerusalém clamaram pelo fim da violência, pelo retorno dos desaparecidos e reféns, e pelo início de um processo que respalde a convivência pacífica na região. “Basta de destruição, basta de guerra. É preciso priorizar o bem comum e promover o diálogo para aliviar o sofrimento de famílias de ambos os lados”, assinalaram.
Urgência de uma intervenção internacional
Por fim, os líderes religiosos pediram à comunidade internacional que intervenha de forma urgente, buscando o fim “desta guerra sem sentido” e promovendo a paz, justiça e o respeito pelos direitos humanos na Palestina.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ACI Prensa e foi traduzida e adaptada pela CNA.
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