Brasil, 27 de agosto de 2025
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Corregedoria investiga agressões e transfobia em delegacia do DF

Duas mulheres denunciam agressões e transfobia por policiais em delegacia de Planaltina; corregedoria apura o caso.

No último sábado (23), um incidente alarmante ocorreu na 16ª Delegacia de Polícia de Planaltina, no Distrito Federal, onde duas mulheres denunciaram terem sido agredidas e insultadas por policiais civis. As vítimas são Karine Lins, uma líder comunitária autista, e Danny Silva, vice-presidente da associação de moradores e mulher trans. Elas estavam na delegacia como testemunhas de um caso de agressão contra uma idosa, mas acabaram enfrentando uma situação de hostilidade por parte dos agentes.

A denúncia de agressão e transfobia

Segundo os relatos de Karine, ao chegarem à delegacia, as duas foram tratadas de forma desrespeitosa. Karine conta que um dos policiais se aproximou de forma agressiva, dizendo: “bora, vocês dois… some daqui, não quero ver vocês aqui”. É importante ressaltar que Danny já havia se apresentado como mulher antes do incidente. O clima se intensificou quando os policiais partiram para cima delas, resultando em agressões físicas que deixaram Karine com ferimentos visíveis.

Versão da Polícia Civil

Em contraste com as declarações de Karine e Danny, o delegado-chefe da 16ª DP, Richard Moreira, apresentou uma versão diferente dos acontecimentos. Segundo ele, as duas mulheres teriam iniciado um tumulto na delegacia, se recusando a deixar o local e supostamente agredindo os policiais. O delegado afirmou que a força foi necessária para conter a situação e que as mulheres foram autuadas por desacato e resistência.

Experiências de discriminação

Danny, confrontada por sua identidade de gênero, denunciou também ataques transfóbicos. Em seu relato, afirmou ter sido levada a uma cela, onde foi obrigada a ficar nua e se agachar, sendo filmada por um dos policiais. A mulher trans afirmou que foi tratada de maneira desumana e que ouviu ofensas que a chamavam de “homem”, além de ameaças de morte. “Ele disse: ‘cala a boca, porque aqui você é homem [e] vai apanhar como homem’”, contou Danny, revelando a gravidade de sua experiência.

Corregedoria da Polícia Civil

O caso chamou a atenção da corregedoria da Polícia Civil, que está responsável por investigar as denúncias de agressões e possíveis atos de transfobia cometidos pelos policiais. A situação levantou preocupações sobre a atuação das forças de segurança e a necessidade de um tratamento respeitoso e digno a todas as vítimas, independentemente de sua identidade de gênero ou condição física.

Richard Moreira também enfatizou que a Polícia Civil não compactua com discriminação, afirmando que a identidade das mulheres envolvidas não deveria alterar os procedimentos da delegacia. No entanto, as denúncias levantam questões importantes sobre o tratamento de minorias por parte das autoridades, especialmente em momentos de vulnerabilidade.

A importância da proteção e respeito

Casos como este ressaltam a importância de garantir uma abordagem sensível e respeitosa por parte das instituições de segurança pública, especialmente com grupos historicamente discriminados. A proteção das vítimas de crimes, sejam elas mulheres, trans ou qualquer outra identidade, deve ser prioridade nas ações das forças de segurança.

A sociedade civil aguarda os resultados das investigações da corregedoria, que se comprometem a esclarecer os fatos e, caso necessário, responsabilizar os envolvidos. A luta por direitos de todos, em especial das minorias, continua a ser um tema central no debate público, e incidentes como este reforçam a necessidade de formação e conscientização dentro das instituições policiais.

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