Brasil, 27 de agosto de 2025
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Percepção dos brasileiros sobre países varia conforme posicionamento político

A pesquisa Genial/Quaest revela como partidos políticos influenciam a visão dos brasileiros sobre EUA, China, Israel, Rússia e Argentina.

Uma pesquisa recente da Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira, expõe o impacto do posicionamento político na percepção dos brasileiros em relação a diversos países. O levantamento destaca como eleitores de diferentes orientações políticas veem nações como EUA, China e Israel, e revela uma divisão acentuada entre os apoiadores de Lula e os de Bolsonaro.

A divisão política e a percepção mundial

Os dados revelam que 61% dos apoiadores de Lula têm uma opinião favorável sobre a China, enquanto 61% dos bolsonaristas expressam aversão ao país. Por outro lado, 76% dos apoiadores de Bolsonaro veem os Estados Unidos de forma positiva, em contraste com 73% dos lulistas, que têm uma percepção negativa sobre os EUA.

Notavelmente, a pesquisa também mostra que menos de um terço dos bolsonaristas (30%) tem uma visão favorável da China, e apenas 19% dos lulistas veem os EUA de modo positivo. Em geral, desde fevereiro do ano passado, a percepção sobre a imagem da China parece ter melhorado entre os brasileiros, enquanto a imagem dos EUA despencou.

Conflitos e suas repercussões na opinião pública

Desde a imposição de tarifas pelos EUA sobre produtos brasileiros, além das tensões geradas por ações da administração Trump, a imagem americana sofreu um abalo considerável. Por sua vez, a China, mesmo no meio desta turbulência, criou laços comerciais com o Brasil, o que contribuiu para um aumento na percepção favorável a Pequim.

Além disso, a guerra no Oriente Médio tornou a situação ainda mais complexa. Dados da pesquisa mostram que 57% dos bolsonaristas veem Israel de forma positiva, enquanto 61% dos lulistas a percebem negativamente. A imagem de Israel, desde os ataques do Hamas em 2023, teve um aumento significativo na percepção negativa entre os brasileiros, subindo de 27% para 50%.

A guarda em relação à Rússia e à Argentina

Outra conclusão importante da pesquisa é a relação dos eleitores com a Rússia, que se mostra desfavorável tanto entre bolsonaristas (69% de opinião negativa) quanto entre lulistas (48% de percepção negativa). A Argentina, por sua vez, aparece como um país levemente mais bem visto pelos apoiadores de Bolsonaro (48% têm uma visão favorável) em comparação aos apoiadores de Lula (40%).

Entre os eleitores que não se identificam com nenhum dos dois grupos, a percepção é de que 50% têm uma opinião favorável sobre a China, mas apenas 32% veem Israel positivamente. Os eleitores sem posicionamento político também apresentam uma rejeição considerável a Moscou, com 56% opinando negativamente.

A evolução da opinião após as eleições de 2022

A pesquisa Genial/Quaest também explora como as visões sobre os países mudaram desde as eleições de 2022, quando Lula derrotou Bolsonaro. A deterioração da imagem dos EUA, especialmente entre os eleitores de Lula, caiu de 69% de percepção negativa para valores alarmantes, que podem refletir uma crescente desconfiança em relação ao país norte-americano.

Os dados mostram que, para os eleitores que votaram em Bolsonaro, a percepção favorável dos EUA também diminuiu. Entre os que votaram em branco, anularam ou não foram votar, as opiniões positivas sobre os EUA declinaram de 55% para 49% na pesquisa mais recente.

Condições gerais da opinião pública

Em suma, os dados revelados pela Genial/Quaest delineiam um quadro dividido e em transformação da percepção dos brasileiros sobre alguns dos principais países do mundo. Enquanto a China parece ganhar terreno, a imagem dos Estados Unidos e de Israel tem se deteriorado, refletindo mudanças dinâmicas no cenário político e nas relações internacionais.

A pesquisa ouviu 12.150 pessoas com 16 anos ou mais, abrangendo diversos estados do Brasil, e a margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%. Esses resultados ressaltam a necessidade de analisar a política externa e suas repercussões nas relações do Brasil com instituições e países ao redor do mundo.

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