Brasil, 27 de agosto de 2025
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Trump ameaça guerra judicial contra demissão de diretora do Fed

Donald Trump afirma estar preparado para uma batalha judicial contra a tentativa de destituição de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve.

O presidente Donald Trump declarou nesta terça-feira (26) que está pronto para enfrentar uma disputa judicial contra a demissão da diretora do Federal Reserve, Lisa Cook. Ele alega que a decisão de despedí-la, sob alegação de falsificação de documentos hipotecários, é ilegal e busca consolidar seu controle sobre o banco central dos EUA.

Disputa no Fed evidencia tentativa de controle de Trump

Durante uma reunião na Casa Branca, Trump afirmou: “Ah, com certeza, sempre. Parece que ela cometeu uma infração, e ela não pode ter cometido uma infração — especialmente essa infração — porque ela está encarregada, se você pensar bem, das hipotecas.” Segundo ele, há uma preocupação de que Cook tenha declarado, em pedidos de hipoteca diferentes, que uma mesma residência fosse sua residência principal, o que motivou sua ação contra ela.

Pela primeira vez, presidente tenta remover membro do Fed

A tentativa de Trump de destituir Lisa Cook marca uma inovação no histórico do banco central americano. Na prática, nenhuma outra autoridade tentou remover um governador do Fed antes, o que eleva o nível da disputa e a tensão com o Congresso e os mercados financeiros.

Para avançar com a destituição, Trump considera transferir Stephen Miran, presidente do Conselho de Assessores Econômicos e já indicado para um mandato até janeiro, para o cargo atualmente ocupado por Cook, cujo mandato vai até 2038. A estratégia visa ampliar sua maioria no conselho de sete integrantes, com possibilidade de influenciar a política monetária, incluindo cortes de juros.

Reações e desdobramentos jurídicos

Cook, a primeira mulher negra a atuar no Conselho de Governadores do Fed, afirmou que “não tem autoridade para ser demitida sem justa causa” e anunciou que contestará judicialmente sua remoção. Seu advogado, Abbe Lowell, confirmou que há intenção de ingressar com uma ação contra a decisão de Trump.

Parlamentares democratas criticaram duramente a tentativa, e a senadora Elizabeth Warren afirmou que a ação do presidente constitui uma “tentativa ilegal e autoritária de tomar poder”. Segundo ela, “essa manobra viola descaradamente a Lei do Federal Reserve e precisa ser anulada na Justiça.”

Implicações para a política econômica

Se conseguir remover e substituir Cook, Trump aumentará sua influência no Fed, controlando hoje uma maioria de quatro votos no conselho. Isso pode trazer consequências significativas, sobretudo, na política de cortes nas taxas de juros, criticadas por quem defende a autonomia do banco central.

Analistas avaliam que essa disputa intensifica a polarização política no setor econômico e pode ter repercussões nos mercados financeiros dos EUA, que sempre valorizam a independência do Fed. A nomeação de um novo presidente do conselho é uma das próximas movimentações estratégicas de Trump, que deseja exercer maior controle sobre a política monetária.

Reações internacionais e futuras ações

De acordo com fontes próximas ao assunto, o governo Trump não planeja realizar uma nova triagem para preencher a vaga de Cook até que uma decisão judicial seja tomada. O objetivo, ao menos por ora, é dar continuidade ao processo de escolha do sucessor de Jerome Powell, atual presidente do Fed.

Por outro lado, analistas alertam para o risco de uma crise institucional entre o Executivo e o banco central, o que pode afetar a estabilidade econômica do país a curto prazo.

Perspectivas e próximos passos

Cook afirmou que continuará cumprindo suas funções “para ajudar a economia americana”, mesmo diante da ameaça de demissão. Segundo seu advogado, ela pretende solicitar uma liminar que a mantenha no cargo enquanto o processo legal estiver em andamento. A disputa judicial promete prolongar-se nas próximas semanas e pode redefinir o papel do Fed na política econômica dos EUA.

Fonte: O Globo

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