Brasil, 27 de agosto de 2025
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Divisão sobre a presença de Bolsonaro no STF marca julgamento golpista

A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de comparecer ao julgamento da trama golpista causa divisões entre aliados e familiares.

A uma semana do início do julgamento sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), a intenção do ex-presidente Jair Bolsonaro de acompanhar no plenário a análise da ação penal da qual é réu tem gerado debates acalorados entre seus aliados, familiares e integrantes do Partido Liberal (PL). De um lado, alguns acreditam que sua presença no plenário teria um valor simbólico, enquanto outros expressam preocupações sobre os riscos de exposição e o estado de saúde fragilizado de Bolsonaro, que tem enfrentado crises recorrentes de soluço, frequentemente seguidas de vômitos.

A importância da presença de Bolsonaro no julgamento

Entre os parlamentares mais próximos, há um entendimento de que Bolsonaro deveria comparecer ao STF para reforçar sua narrativa de enfrentamento e perseguição política, que mobiliza sua base mais fiel. Este grupo defende que a imagem do ex-presidente no plenário poderia ser interpretada como uma demonstração de coragem, enviando uma mensagem de que ele não teme enfrentar as acusações que lhe são imputadas. Deputados e senadores da ala mais radical do PL argumentam que a ausência do ex-presidente poderia ser vista como um sinal de fragilidade política.

Riscos e considerações da ausência

Por outro lado, aliados com uma visão mais pragmática advertiram sobre as potenciais desvantagens de sua presença no julgamento. Para eles, comparecer não traria qualquer vantagem jurídica e poderia gerar desgaste adicional junto ao STF. Este grupo avalia que a cena de Bolsonaro sentado no banco dos réus poderia ser utilizada politicamente por adversários e, além disso, estimular manifestações que surgem em momentos delicados.

Divisões na família Bolsonaro

A família de Bolsonaro também apresenta divisões internas em relação a essa questão. A esposa, Michelle Bolsonaro, defende uma postura mais discreta, optando por evitar a exposição excessiva do ex-presidente. Entre seus argumentos, destaca-se a saúde do marido: assistir às sessões em casa, em um ambiente controlado e monitorado por advogados, permitiria a ele fazer pausas durante as longas sessões de julgamento.

Entre os filhos que atuam politicamente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e responsável por parte da articulação institucional da família, manifestou cautela e indicou que a ausência pode ser a opção mais prudente. Por outro lado, Carlos e Eduardo Bolsonaro já demonstraram uma preferência pela presença do pai no STF, reforçando a divisão familiar sobre o assunto.

O posicionamento da defesa de Bolsonaro

Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não emitiu um posicionamento formal sobre o comparecimento do ex-presidente ao julgamento, mas tem enfatizado que sua presença não traria qualquer benefício processual. A participação de Bolsonaro no julgamento não altera os rumos da ação penal nem influencia as decisões dos ministros, o que torna a escolha sobre a presença um aspecto essencialmente político e estratégico.

Esse dilema dentro do círculo íntimo de Jair Bolsonaro expõe a complexa realidade política do Brasil atual. A decisão que o ex-presidente tomar não apenas impactará sua imagem pública, mas também poderá influenciar o futuro do seu partido e seu relacionamento com a base de apoio. À medida que a data do julgamento se aproxima, todos os olhos estarão voltados para os movimentos de Bolsonaro e as reações que sua presença, ou ausência, poderá provocar.

Embora a decisão ainda esteja pendente, o desenrolar desta situação traz à tona questões mais profundas sobre a estratégia política e a saúde do ex-presidente, que certamente serão acompanhadas de perto pela mídia e pela população brasileira.

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