A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta terça-feira (26), três suspeitos envolvidos em um golpe que movimentou mais de R$ 7 milhões contra idosos. O grupo, originado em São Paulo, operava de forma itinerante, visitando diversas capitais brasileiras e, segundo informações, atuava especificamente em caixas eletrônicos, oferecendo ajuda para roubar dados financeiros das vítimas.
Como funcionava o golpe
Os criminosos adotavam um modus operandi bem definido. Semanalmente, eles se deslocavam para diferentes regiões do Brasil em busca de novas vítimas. Em cada cidade, abordavam idosos nos caixas eletrônicos, apresentando-se como funcionários de bancos com a intenção de “ajudar”. Utilizando desculpas como “atualizações de chip” e “operações pendentes”, eles ganhavam a confiança de suas vítimas.
Durante a abordagem, os suspeitos trocavam o cartão da vítima por um inválido ou cancelado, momento que aproveitavam para coletar dados bancários, incluindo senhas e informações pessoais. Com esses dados em mãos, a quadrilha realizava a subtração de valores de duas maneiras principais:
- Compras em estabelecimentos: Utilizando tanto as funções de débito quanto de crédito dos cartões subtraídos, os criminosos faziam compras de alto valor.
- Pagamentos de boletos: Pagamentos em casas lotéricas eram realizados com boletos emitidos pelos criminosos, sendo que os beneficiários desses valores eram conhecidos como “conteiros”, que forneciam suas contas bancárias em troca de uma comissão.
Flagrantes e investigações
No Distrito Federal, a atuação do grupo foi registrada por câmeras de segurança em pelo menos três ocasiões. Os vídeos mostram claramente os criminosos abordando suas vítimas. O primeiro caso ocorreu em um caixa eletrônico do Supermercado Ultrabox, em Vicente Pires. O segundo, no caixa eletrônico do supermercado Veneza, no Cruzeiro Novo, enquanto o terceiro flagrou uma mulher sendo abordada no Vitrinni Shopping, em Águas Claras. Em todos os casos, é nítido o modus operandi do grupo, que frequentemente filmava as entradas dos dados das vítimas.
Em investigações preliminares, a PCDF registrou 19 ocorrências relacionadas ao golpe, com a suspeita de que mais de R$ 500 mil tenha sido subtraído apenas na capital do país. A quadrilha atuou em três momentos distintos entre os meses de abril e junho deste ano, atingindo vítimas de diversas regiões da capital, incluindo Águas Claras, Vicente Pires, Cruzeiro, Asa Sul, Asa Norte e Lago Sul.
Consequências e alerta à população
A prisão dos suspeitos é um importante passo no combate a esse tipo de crime, que visa especificamente a população idosa, geralmente mais vulnerável a fraudes e golpes. A atuação preventiva da Polícia Civil destaca a importância de que as pessoas fiquem atentas e desconfiem de abordagens inesperadas em locais como caixas eletrônicos.
Campanhas de conscientização e programas de segurança em bancos podem ser estratégias eficazes para evitar que idosos caiam em golpes como esse. Além disso, familiares e amigos de idosos devem sempre manter um diálogo aberto sobre as possíveis fraudes, esclarecendo que não devem confiar em desconhecidos que se aproximam com propostas de ajuda.
Com a prisão do grupo criminoso, um sinal de alerta foi emitido para todos frutos ao redor do Brasil: golpes desse tipo não devem ser subestimados e o cuidado deve ser redobrado em situações de vulnerabilidade.
O caso segue sob investigação e mais informações podem ser divulgadas conforme as autoridades avançam nas apurações.
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