No último dia 21 de setembro, uma estudante de 12 anos teve o dedo médio decepado dentro da sala de aula da Escola Estadual Professor Flavio La Selva, localizada no Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo. O incidente, que ocorreu durante uma “brincadeira” entre colegas, desencadeou uma série de eventos que, segundo relatos da família, evidenciaram negligências graves por parte da equipe escolar e do sistema de saúde.
O acidente e as consequências
A aluna, que estava em sua sala de aula, teve o dedo preso na porta, que foi fechada com força por outras colegas. O impacto causou a amputação imediata da ponta do dedo, gerando pânico entre os presentes. A ação da escola em buscar socorro foi duramente criticada pela irmã da aluna, Bea Pasternack, que se manifestou nas redes sociais sobre a demora no atendimento adequado. Segundo ela, a menina foi levada inicialmente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) local, onde a gravidade da situação não foi devidamente reconhecida.
Faltas graves em protocolo de emergência
A família conta que o dedo foi levado em um copo para a UBS, que não tinha condições de realizar o tratamento necessário. “Após o acidente, a equipe escolar não deu importância, achando que era apenas uma pancada leve. Quando descobriram a gravidade, foi tarde demais”, relata Bea.
Após recebido os primeiros socorros, a jovem foi transferida para uma Unidade de Pronto Atendimento, onde também não conseguiu o tratamento adequado a tempo. De acordo com os relatos, os médicos solicitaram a cirurgia para amputação da parte do dedo devido à demora no atendimento.
Reações da família e da comunidade escolar
A avó da menina, Zenaide Pasternack, também expressou sua indignação, afirmando que a escola estava sem supervisão no momento do incidente. “O diretor nem estava presente. É inconcebível que, em um lugar que deveria ser seguro, algo assim ocorra”, disse ela. A família, em busca de justiça, mencionou a intenção de acionar as autoridades para investigação aprofundada do caso.
A posição da Secretaria da Educação
A Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP) lamentou o ocorrido e informou que o acidente aconteceu no retorno do intervalo. A nota diz que a gestão da escola prestou os primeiros socorros e imediatamente encaminhou a estudante para atendimento médico. No entanto, as críticas da família e da comunidade escolar apontam uma falha no protocolo de emergência.
Clima de revolta e apelo por justiça
As declarações da irmã e da avó revelam um forte sentimento de descontentamento e medo. “O que nos resta é o sentimento de indignação, desrespeito. Isso é negligência. Onde estava a supervisão?”, questiona Bea. Muitas vozes na comunidade escolar concordam que a situação é alarmante e que a direção precisa ser responsabilizada. A necessidade de maior segurança e vigilância nas escolas torna-se um apelo claro diante do incidente.
Necessidade de mudanças urgentes
Com o clima de comoção, a família de Bea e outros familiares de alunos reivindicam mudanças urgentes nas práticas de segurança nas escolas. Um compromisso em melhorar a superintendência e garantir um ambiente seguro para as crianças é fundamental. “Não se trata apenas de um acidente; é uma falha sistêmica que precisa ser abordada. As crianças merecem estudar em um ambiente seguro e protegido”, conclui Bea.
Esse incidente trágico dentro de uma instituição de ensino, que deveria ser um espaço seguro, levanta questões severas sobre a responsabilidade da gestão escolar e a urgência de se implementar melhores protocolos de segurança e atendimento em caso de emergências. O caso da aluna de 12 anos serve como um chamado à ação para mudanças estruturais na maneira como as escolas tratam a segurança e o bem-estar de seus alunos.