Os preços mais baixos da energia elétrica, alimentos e passagens aéreas contribuíram para a queda de 0,14% no IPCA-15 em agosto, indicando a primeira deflação desde julho de 2023. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (26/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Energia elétrica em queda impulsiona inflação negativa
O grupo de Habitação recuou 1,13%, com destaque para a redução de 4,93% nos custos da energia elétrica residencial. Essa diminuição teve impacto significativo no resultado do IPCA-15 de agosto, que registrou sua primeira deflação em dois anos (desde setembro de 2022, com queda de 0,37%).
Apesar de estar vigente a bandeira tarifária vermelha patamar 2 — que adiciona uma taxa extra de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos —, a queda nos preços da energia elétrica foi favorecida pelo crédito do “Bônus de Itaipu”, creditado nas faturas do mês passado. Essa medida ajudou a reduzir o custo na conta de luz.
Alimentos recuam pelo terceiro mês consecutivo
O grupo de Alimentação e bebidas apresentou queda de 0,53% em agosto, marcando o terceiro mês seguido de recuo. Os alimentos comprados em supermercados tiveram redução de 1,02%, influenciada por quedas expressivas nos preços da manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%).
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 0,71%, com aumento no preço do lanche (1,44%) e das refeições (0,40%).
Passagens aéreas e transporte contribuem para recuo de preços
O segmento de Transportes apresentou variação de -0,47%, influenciado especialmente pela redução de 2,59% nas passagens aéreas, além de quedas no preço de automóveis novos (-1,32%) e gasolina (-1,14%).
Nesta mesma categoria, os preços de óleo diesel (-0,20%), gás veicular (-0,25%) e etanol (-1,98%) também recuaram em agosto, reforçando o cenário de desaceleração.
Perspectivas para os próximos meses
O recuo nos preços de energia, alimentos e transporte sinaliza uma estabilização parcial da inflação, embora a expectativa seja de que fatores externos, como oscilações internacionais no petróleo, possam influenciar futuros resultados. Especialistas apontam que, com a continuidade dessas tendências, o mês de setembro pode apresentar manutenção ou ligeiro avanço na composição do IPCA.
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