O presidente Donald Trump enviou uma carta para tentar afastar Lisa Cook do Conselho do Federal Reserve, acusando-a de mentir em pedidos de empréstimo e questionando sua integridade, numa clara tentativa de intervir na autonomia da instituição.
Contexto da controvérsia envolvendo Lisa Cook
Lisa Cook, nomeada ao Fed pelo presidente Joe Biden, foi alvo de alegações feitas por Trump, que declarou que ela teria falsificado documentos em pedidos de empréstimo para duas propriedades. O presidente publicou uma carta no Truth Social nesta segunda-feira, afirmando que a removeria “com efeito imediato” por “motivos suficientes” e que sua conduta teria sido “enganosa e possivelmente criminosa”.
Reação de Cook e situação jurídica
Cook, que se tornou a primeira mulher negra a integrar o Conselho do Fed em 2022, afirmou que Trump não tem autoridade para demiti-la. Ela permanece na posição enquanto questiona a legalidade da ação do presidente.
Consequências políticas e o ataque à independência do Fed
O esforço de Trump para afastar Cook faz parte de uma estratégia mais ampla de pressionar os integrantes do Fed, incluindo o próprio presidente da instituição, Jerome Powell, alvo de ameaças de destituição. O ex-presidente busca influenciar as decisões de política monetária, especialmente na direção de cortes nas taxas de juros, independentemente da autonomia do banco central.
Perfil de Lisa Cook
Economista com doutorado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, Cook possui histórico destacado no setor público e acadêmico. Antes de sua nomeação ao Fed, trabalhou na equipe do Conselho de Assessores Econômicos de Barack Obama, no Departamento do Tesouro e na universidade de Michigan State, além de atuar como conselheira na Nigéria e em Ruanda.
Impactos e perspectivas
Se a tentativa de Trump de demitir Cook for bem-sucedida, isso poderá alterar a composição do Conselho do Fed e influenciar a direção da política monetária dos Estados Unidos. Analistas alertam que esses ataques minam a credibilidade da autoridade monetária e comprometem sua independência frente às pressões políticas.
Especialistas do setor consideram que o episódio demonstra o grau de interferência política na gestão do banco central, o que pode afetar as decisões futuras e o clima de estabilidade econômica no país.