O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza nesta terça-feira a segunda reunião ministerial de 2025, com foco em reforçar a cobrança por resultados de políticas públicas e inaugurações de obras. A agenda ocorre a um ano das eleições de 2026, momento em que o Palácio do Planalto busca acelerar o ritmo de ações do governo federal diante das preocupações com o andamento das obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Lula intensifica pressão por obras e resultados políticos na reta final
Durante o encontro, Lula deve reforçar a necessidade de que os ministérios entreguem resultados concretos, especialmente em relação às obras de infraestrutura financiadas pela União. Além disso, o presidente deve solicitar alinhamento na comunicação do governo, com a apresentação de um novo slogan para substituir “União e Reconstrução”, adotado desde o início da gestão, conforme revelou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
Segundo informações apuradas, Sidônio também irá orientar os ministérios a evitar crises de comunicação e destacar os impactos positivos das ações do PT, numa tentativa de melhorar a reputação do governo. A reunião ocorre em um momento em que Lula busca consolidar sua popularidade, que, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana, mostra sinais de recuperação após uma queda na aprovação.
Recuperação na popularidade e apoio político
De acordo com o levantamento, a aprovação do governo subiu para 46%, enquanto a rejeição caiu para 51%, uma redução significativa em relação ao mês anterior. A margem de diferença entre quem aprova e quem desaprova caiu de dez para cinco pontos percentuais, marcando a maior aprovação desde janeiro, quando atingiu 47%.
O resultado reforça a tendência de melhora na percepção pública, impulsionada por encontros recentes de Lula com lideranças de partidos como MDB, Republicanos, União Brasil, PSB e PSD. A estratégia visa fortalecer o apoio político para a aliança eleitoral que será formada para o pleito de 2026, no momento em que Lula tenta se consolidar como candidato à reeleição.
Priorização de projetos e avaliação do Congresso
Lula e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também irão detalhar as prioridades para o Congresso até dezembro, incluindo a aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a PEC da Segurança e projetos de regulação das big techs no Brasil.
A cobrança por um ritmo mais acelerado nas obras públicas ocorre em um cenário de preocupação com eventuais atrasos nas ações do PAC. Como destacou O GLOBO, há receio de que obras ainda em fase de licitação ou com pendências possam atrasar, prejudicando a imagem do governo na campanha eleitoral de 2026. O governo já liberou R$ 16,7 bilhões para obras, porém, esses recursos ainda não foram desembolsados, devido à falta de comprovação de conclusão das instalações.
Essa mobilização para acelerar os processos é fundamental para o petista evitar que eventuais críticas sobre obras inacabadas sejam exploradas pelos adversários na próxima eleição, consolidando uma estratégia de demonstração de resultados à população.