Brasil, 26 de agosto de 2025
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CPI do INSS se mobiliza após derrota do governo

A base governista busca minimizar impactos políticos após derrota na eleição da presidência da CPI do INSS.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS tem se tornado um importante teste para a capacidade de articulação do governo federal, especialmente após uma derrota significativa na eleição de sua presidência. A base governista se empenha em minimizar os impactos políticos negativos enquanto enfrenta pressões por convocação de testemunhas sensíveis, incluindo o irmão do presidente Lula, Frei Chico. O foco agora é garantir apoio e evitar que a investigação se transforme em um campo de batalha entre aliados e opositores do governo.

A luta pela vice-presidência da CPI

Na última segunda-feira, Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), convocou cerca de 20 deputados e senadores da base aliada, a maioria deles titulares da CPI, para discutir estratégias e alinhar a atuação do grupo. Durante este encontro, foi reforçada a importância da presença de todos os membros nas sessões, para evitar que a ausência de governistas proporcionasse oportunidades à oposição. Uma das medidas definidas foi um pedido formal ao Senado para desfazer blocos parlamentares que possibilitaram os recentes sucessos da oposição.

Definição do candidato à vice-presidência

Outro ponto discutido foi a eleição do vice-presidente da CPI, marcada para esta terça-feira. A base decidiu que o candidato será Duarte Júnior, do PSB-MA, após o recuo de Paulo Pimenta, do PT-RS, que não apresentará candidatura e‌ atuará de forma informal como coordenador político do governo na comissão. Essa escolha foi feita em busca de um consenso dentro da base, vislumbrando um fortalecimento das articulações governistas na CPI.

Desafios e convocatórias na pauta da CPI

Embora a CPI ainda não tenha votado seus primeiros requerimentos, já acumula 910 pedidos não apreciados. A pauta da sessão de terça-feira inclui convocações de personalidades ligadas aos governos Lula e Bolsonaro, além de pedidos de acesso às investigações sobre fraudes no INSS. A meta da base governista é frustrar a aprovação do plano de trabalho elaborado pela relatoria, considerado excessivamente alinhado à oposição.

A vitória do governo na eleição da presidência da CPI, onde o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito com o apoio da oposição e Alfredo Gaspar (União-AL) assumiu a relatoria, deixou clara a fragilidade da articulação interna do governo. Apesar de ter maioria numérica, a base não conseguiu assegurar o controle sobre a comissão, evidenciando a necessidade de uma ação mais coesa.

Estratégias do governo para controlar a situação

Com a oposição organizando reuniões às segundas e quintas-feiras, em dias em que Brasília costuma estar menos movimentada, o governo planeja influenciar o calendário das reuniões e proteger seus aliados. Essa estratégia inclui contato com senadores independentes e estudos sobre a possibilidade de limitar convocações, visando evitar depoimentos de figuras ligadas ao governo, como Frei Chico, que é vinculado ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos.

Embora Frei Chico não esteja sendo investigado e o sindicato negue quaisquer irregularidades, sua convocação tem gerado preocupação dentro do governo, que busca maneiras de garantir que figuras sensíveis não sejam convocadas nas próximas sessões da CPI.

A CPI como desafio político para o governo

A CPI do INSS representa um desafio considerável para o governo, que tenta equilibrar a defesa de seus aliados, evitar desgastes políticos e manter um controle sobre o fluxo de informações à medida que a investigação avança. A tensão crescente entre oposição e governo acentua a necessidade de uma articulação eficaz além das questões partidárias.

Além disso, o governo monitora atentamente outros requerimentos importantes, como a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que também não estão na pauta e provavelmente enfrentarão dificuldades para serem votados. Por fim, a CPI é vista como uma oportunidade crucial para o governo demonstrar transparência e um compromisso com a legalidade, evitando que a investigação se torne um instrumento de pressão política.

Diante de todos esses desafios, a capacidade de articulação da base governista será realmente testada nos próximos dias, com os olhares do país voltados para o desenrolar da CPI do INSS.

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