O governo da Austrália apresentou nesta quinta-feira (12) um plano para obrigar gigantes da tecnologia, como Meta e Google, a pagarem por notícias compartilhadas em suas plataformas. Caso não sejam firmados acordos com grupos de mídia locais, as empresas poderão ser submetidas a um novo imposto, cujo valor ainda será definido. A medida faz parte de um esforço para apoiar o jornalismo local e enfrentar o domínio das big techs sobre as receitas publicitárias.
A ministra das Comunicações, Michelle Rowland, destacou a importância da iniciativa. “É importante que as plataformas digitais cumpram a sua parte. Precisam apoiar o acesso ao jornalismo de qualidade que informa e fortaleça nossa democracia”, afirmou.
Detalhes da proposta
A proposta estipula que empresas com faturamento anual superior a 160 milhões de dólares na Austrália, como Google e Meta, deverão compensar financeiramente os editores locais por compartilhar links de notícias. Caso contrário, estarão sujeitas à tributação. A medida busca reverter as perdas das empresas de mídia tradicionais, que enfrentam queda nas receitas publicitárias.
Ações do governo contra as big techs
A iniciativa é parte de uma série de medidas tomadas pelo governo do primeiro-ministro Anthony Albanese contra as gigantes da tecnologia. No mês passado, a Austrália aprovou uma lei que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais e impôs multas a plataformas que não combatem a desinformação e conteúdos ofensivos.
Impacto global
A medida australiana se soma a esforços semelhantes em outras partes do mundo, como no Canadá e na União Europeia, onde legislações buscam garantir que as big techs compartilhem suas receitas publicitárias com produtores de conteúdo. A Austrália já implementou uma legislação similar em 2021, que resultou em acordos financeiros significativos entre as gigantes da tecnologia e grupos de mídia.
Análise
Com o avanço da proposta, a Austrália reforça seu papel como pioneira no enfrentamento do desequilíbrio econômico entre plataformas digitais e empresas jornalísticas. O plano também destaca a crescente pressão global para regulamentar as atividades das big techs, equilibrando o mercado publicitário e preservando o acesso ao jornalismo de qualidade.