O mercado financeiro revisou pela 13ª vez consecutiva as perspectivas para a inflação final de 2025, cortando a estimativa de 4,95% para 4,86%, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta semana pelo Banco Central. A redução ocorre após um período de aumento das expectativas, que chegaram a 5,68% em março, impulsionado por tensões tarifárias internacionais e preocupações fiscais.
Expectativas de inflação seguem em declínio com avanços econômicos
As projeções para os anos seguintes também registraram recuos. Para 2026, a estimativa passou de 4,40% para 4,33%, e para 2027, de 4% para 3,97%. A expectativa para 2028 permaneceu em 3,80%. Segundo analistas, a retomada do real neste ano, aliada à maior credibilidade do Banco Central e à expectativa de que o aumento da taxa Selic tenha efeitos mais robustos, são fatores que contribuem para essa revisão.
Impacto do câmbio na expectativa de inflação
A valorização cambial do real, que se recuperou após atingir sua máxima histórica no fim do ano passado, tem sido uma das principais razões para o mercado revisitar suas projeções. A moeda americana acumulou perdas de 12,37% contra o real em 2025 até agora. André Valério, economista do Banco Inter, destaca que o câmbio é um balizador importante: um dólar mais baixo reduz o custo de importação e, por consequência, pressiona a inflação para baixo.
Para 2025, a previsão para o dólar também melhorou: anteriormente estimado em R$ 5,60, caiu para R$ 5,59 nesta semana, enquanto a projeção de março era de R$ 5,99. Essa redução reflete a percepção de que a política monetária mais restritiva deve conter a inflação.
Perspectivas econômicas e política monetária
Apesar das tensões comerciais internacionais, como as ameaças tarifárias de Donald Trump contra a China, o contínuo aumento na taxa básica de juros pelo Banco Central do Brasil trouxe alívio para o mercado e reforçou a confiança na gestão de Roberto Campos Neto. A expectativa é que os efeitos do aumento da Selic para patamares elevados comecem a impactar a demanda e, assim, aliviar a pressão inflacionária.
Segundo André Valério, o mercado espera que a atual política de juros mantenha a taxa Selic em 15% ao ano ainda em 2025, ajudando a conter a inflação. A expectativa de desaceleração na atividade econômica brasileira também contribui para esse cenário mais otimista.
Conclusões e próximos passos
Analistas avaliam que a combinação de fatores, incluindo o controle cambial, a política monetária restritiva e a desaceleração esperada na atividade econômica, tende a manter as expectativas de inflação em níveis pattern de curto prazo. O Banco Central permanece atento às condições internas e externas, analisando continuamente os seus impactos na economia.
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