Brasil, 26 de agosto de 2025
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Casos de HIV/Aids aumentam mais de 10% em Feira de Santana

Os casos de HIV/Aids em Feira de Santana subiram 10,36% em 2025, refletindo a necessidade urgente de conscientização e prevenção.

Os dados mais recentes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Feira de Santana, no interior da Bahia, revelam um crescimento alarmante nos casos de HIV/Aids na cidade, com um aumento de 10,36% no primeiro semestre de 2025 comparado ao mesmo período do ano anterior. Até julho, 213 novos diagnósticos foram registrados, em comparação com os 193 novos casos no mesmo período de 2024. Essa situação desperta preocupação entre as autoridades de saúde e especialistas, que ressaltam a importância da testagem precoce e do combate ao preconceito.

Perfil dos novos casos de HIV/Aids

A maior parte dos novos diagnósticos em 2025 vem de homens, totalizando 161 ocorrências, enquanto 52 foram registradas em mulheres. A faixa etária mais afetada é a dos jovens, principalmente entre 19 e 24 anos. Essa realidade aponta para a necessidade de iniciativas que ampliem a educação sexual nas escolas e nas comunidades, uma vez que os jovens muitas vezes estão em início de vida sexual e podem estar despreparados para lidar com os riscos de infecções sexualmente transmissíveis.

Assistência à Saúde em Feira de Santana

Atualmente, Feira de Santana conta com 5.531 pessoas cadastradas nos serviços de assistência do Centro de Referência Municipal. Desse total, 4.428 estão sob acompanhamento, incluindo 24 crianças em tratamento. O atendimento especializado para gestantes também é uma prioridade, sendo oferecido durante o pré-natal. A cidade disponibiliza testes gratuitos e rápidos para a detecção do HIV, que podem ser realizados em menos de 30 minutos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Centro de Referência localizado no centro da cidade.

Desafios e preconceitos na luta contra o HIV

A médica infectologista Melissa Falcão, uma das especialistas que acompanha essa situação, alerta que o diagnóstico tardio é uma das principais preocupações. “O HIV pode ser silencioso por até 10 anos. Durante esse período, mesmo sem sintomas, o portador pode transmitir o vírus. Portanto, o uso de preservativos é fundamental em qualquer relação sexual, assim como a realização regular de testes”, explica.

Ela também destaca o impacto do preconceito na busca por atendimento: muitos pacientes optam por não se tratar em serviços públicos devido ao medo e à discriminação. “Vale lembrar que o tratamento é totalmente gratuito e acessível a todos. O desafio está em garantir que as pessoas busquem o atendimento médico a tempo”, ressalta a doutora Falcão.

Importância da testagem e acompanhamento

O programa municipal oferece acompanhamento multiprofissional, incluindo atendimento em diversas especialidades, como infectologia, enfermagem, nutrição e psicologia. Caso um paciente teste positivo para o HIV, ele será orientado a iniciar a terapia antirretroviral de imediato, crucial para o controle da doença e para a prevenção de novas transmissões.

A coordenadora do Centro de Referência, Vanessa Sampaio, enfatiza que a testagem não requer uma solicitação médica e pode ser realizada a qualquer momento. “A testagem voluntária é uma ferramenta essencial para que as pessoas conheçam seu estado sorológico e se tratem adequadamente”, afirma Vanessa.

Contexto da situação na Bahia

De acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), entre janeiro de 2023 e agosto de 2025, foram diagnosticados 11.187 casos de HIV/Aids no estado. Desses, 72% são homens e 28% são mulheres. Especialistas demonstram preocupação quanto ao aumento da incidência no grupo jovem, que precisa de maior atenção e recursos voltados à conscientização e prevenção.

Embora o aumento dos casos gere preocupação, a Secretaria de Saúde assegura que não se trata de um surto, mas sim de uma necessidade de reforçar as ações de prevenção e tratamento na população. “Quem segue corretamente o tratamento não transmite o HIV, por isso é fundamental que as pessoas busquem o atendimento e se informem sobre a doença”, conclui a médica.

Em síntese, o aumento dos casos de HIV/Aids em Feira de Santana destaca a necessidade urgente de campanhas de conscientização e educação sexual, tornando a testagem um hábito comum e combatendo o estigma que ainda cerca a doença. O apoio dos serviços de saúde e a desmistificação do tratamento são passos fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde pública.

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