O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez declarações polêmicas esta semana ao abordar o tema da mitificação e da transferência de votos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a repercussão de suas palavras, Valdemar negou ter comparado Bolsonaro ao revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, enfatizando que suas observações foram mal interpretadas.
Esclarecimento sobre comentários
Em uma nota divulgada pelo partido, Valdemar Costa Neto explicou que o que estava em pauta era o “processo de mitificação” envolvendo tanto Bolsonaro quanto Guevara, e não uma comparação direta entre ambos os líderes. “Que fique claro: nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro. O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é,” afirmou Valdemar.
As declarações foram proferidas durante um debate do grupo empresarial Esfera Brasil, em São Paulo, e geraram bastante discussão nas redes sociais. Valdemar salientou a força do eleitorado de Bolsonaro, afirmando que “o eleitor dele é fiel” e que as dificuldades enfrentadas pelo ex-presidente apenas contribuem para sua imagem de mártir. “E essas coisas (processos na Justiça) estão fazendo com que ele vire um Che Guevara. O Che Guevara tinha um carisma como o Bolsonaro,” reiterou.
A mitificação de Bolsonaro
O presidente do PL fez uma analogia entre a trajetória de Che Guevara e a de Jair Bolsonaro ao afirmar que ambos possuem carisma e são lembrados de maneira impactante. “Daqui a 30, 40 anos, do jeito que estão fazendo com o Bolsonaro, você também vai ver gente com camiseta” do ex-presidente, comparando-o à icônica estampa de Che Guevara que se popularizou no mundo todo.
Reações nas redes sociais
A fala de Valdemar gerou reações variadas nas redes sociais, com internautas corrigiendo sua afirmação ao lembrar que Che Guevara não nasceu em Cuba, mas na Argentina. Essa confusão é um reflexo das complexidades que envolvem as figuras históricas e a percepção pública sobre elas.
Che Guevara, nascido em Rosário, Argentina, em 14 de junho de 1928, se destacou como um importante líder revolucionário e uma figura emblemática dos movimentos de esquerda na América Latina. Após combater ao lado de Fidel Castro na revolução cubana, onde derrotaram o regime de Fulgencio Batista, Guevara se tornou um ícone não apenas pelo seu papel militar, mas também pelo seu legado ideológico, que continua a inspirar muitos até hoje.
O legado de Che Guevara
Depois de sua atuação em Cuba, Che Guevara olhou para a África e a América Latina para expandir a revolução. No entanto, suas tentativas falharam, levando-o de volta a Cuba, onde continuou sua luta. Em 1966, partiu para a Bolívia em uma missão que culminou em sua morte em 1967, tornando-se um mártir da luta comunista e um símbolo de resistência.
Valdemar Costa Neto, ao discutir a figura de Che Guevara, talvez tenha tentado ilustrar a força de carisma que ele enxerga em Bolsonaro, mas a escolha de referência gerou confusão e crítica. A habilidade de um líder político de se tornar uma figura emblemática, similar ao que Guevara representa, continua sendo um tema de debate intenso no cenário político brasileiro atual.
As implicações políticas da comparação, ou falta dela, revelam a batalha contínua pela narrativa no Brasil, onde as questões de identidade, mitificação e legado político são constantemente relatadas e discutidas. Com o futuro político de Bolsonaro ainda incerto, as palavras de Valdemar podem ressoar ainda mais entre seus apoiadores e detratores, delineando o espaço político que ambos ocupam na história contemporânea brasileira.