Brasil, 26 de agosto de 2025
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IPCA-15 de agosto deve registrar segunda deflação consecutiva

Prévia da inflação oficial aponta recuo de até 0,24%, impulsionada por energia e alimentos, entrando em ritmo de desaceleração

O IPCA-15 de agosto, expectativa de divulgação nesta terça-feira pelo IBGE, deve mostrar a segunda queda consecutiva, com previsão de inflação entre -0,19% e -0,24%. Economistas destacam o impacto do bônus de Itaipu na redução das contas de energia e a deflação nos preços de alimentos como principais fatores desse movimento.

Inflação em queda impulsionada por energia e alimentos

Segundo Claudia Moreno, economista do C6 Bank, a redução ocorre de forma pontual e está diretamente ligada ao bônus de Itaipu, que reduziu em média R$ 11,59 a conta de luz de aproximadamente 80,8 milhões de consumidores em agosto, conforme dados do governo.

“Nossa projeção é de uma queda um pouco acima de 5% no preço da energia, o que deve contribuir em cerca de 0,20 ponto percentual para baixo na inflação”, afirma Moreno. Além disso, a deflação nos alimentos no domicílio, estimada em 0,86%, reforça a tendência baixista, puxada pela safra de in natura em período de estiagem e pela valorização do real, que barateou itens cotados em dólar.

Câmbio e desaceleração de segmentos

Parte da redução nos alimentos também deriva do câmbio, que favorece bens industriais e núcleos de inflação, que já mostram sinais de desaceleração. Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, estima uma deflação de 0,23% no IPCA-15, atribuída ao bônus de Itaipu, isenção de IPI para veículos do Programa Carro Sustentável e queda nos preços de alimentos e passagens aéreas.

Por outro lado, ele aponta pressões inflacionárias em itens como a cobrança extra da bandeira vermelha patamar 2 na energia, reajustes de loterias e planos de saúde.

Perspectivas e impactos futuros

Os bens industriais, como vestuário e eletroeletrônicos, continuam a mostrar trajetória de queda. Entretanto, nos núcleos de inflação, a Monte Bravo projeta alta de 0,25% em agosto, acumulando 5% em 12 meses. No setor de serviços, espera-se avanço de 0,48% no mês, mantendo a inflação próxima de julho, mas com alta anual de 6,5%, refletindo a resiliência do segmento.

Para setembro, alguns analistas, considerando o fim do efeito do bônus de Itaipu e menor deflação de alimentos, projetam alta de cerca de 0,8%. Segundo o Boletim Focus, a previsão de inflação para o mês é de 0,58%.

Claudia Moreno destaca que, embora haja uma leve desaceleração do IPCA, ela não deve ser estrutural. “Mais à frente, os índices devem retornar a patamares próximos de 5%. O alívio é temporário, impulsionado pelo câmbio, mas essa tendência de desaceleração não deve persistir”, afirma. A projeção para o fechamento do ano é de inflação em torno de 5%.

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