O Sesc Nova Iguaçu foi o palco das emocionantes partidas do 43º Intercolegial de xadrez, realizado neste final de semana, com a participação de mais de 500 jovens talentos provenientes de diversas escolas do estado do Rio de Janeiro. Este torneio, promovido pelo jornal O GLOBO e apoiado pelo Sesc-RJ e Caixa, não apenas promoveu a competição, mas também ressaltou a importância do xadrez como ferramenta de aprendizado e desenvolvimento pessoal. As disputas ocorreram ao longo de dois dias, com as categorias femininas jogando no sábado (23) e as masculinas no domingo (24).
Xadrez: mais que um jogo
A modalidade de xadrez, uma das que mais cresce e com uma longa tradição no torneio, fez parte das competições do Intercolegial, que este ano trouxe disputas nas categorias sub-13, sub-15, sub-18 não federada, além das categorias sub-18 livre masculina e feminina. As partidas foram realizadas no sistema suíço, garantindo que todos os participantes jogassem até o final, enfrentando adversários com pontuações similares. O grande volume de inscritos possibilitou a realização de seis a sete rodadas por categoria, elevando a competitividade e a emoção do torneio.
Destaques do torneio
Entre os destaques da competição, a tetracampeã Rafaela Martins, de 16 anos, se destacou ao levar a melhor na categoria sub-18 federada feminina. Aluna da unidade de Nilópolis do Santa Mônica Rede de Ensino, Rafaela começou a jogar xadrez durante a pandemia e já conquistou medalhas de ouro em 2023 e 2024. Nesta edição, ela superou suas adversárias, como Sophia Magalhães e Karla Luiza de Oliveira, ambas do Santa Mônica.
“Jogo desde os 11 anos. Me apaixonei por esse esporte, e hoje estou aqui, representando a escola e pensando em novos rumos. Já representei o Rio de Janeiro em competições nacionais e estou tentando me classificar para o mundial”, contou Rafaela, demonstrando sua ambição e dedicação, o que a tornou uma referência entre as jovens enxadristas.
No pódio da categoria sub-18 não federada feminina, Jeniffer Lins e Ludmila Cristina dos Santos também brilharam, mostrando a força do xadrez feminino nas escolas do Rio de Janeiro. Enquanto isso, entre os meninos, Daniel dos Santos, do Colégio Estadual São Cristóvão, também se destacou em sua categoria ao conquistar o primeiro lugar na sub-18 federada masculina.
O papel do xadrez na educação
O xadrez não é apenas um jogo no Intercolegial; ele é visto como um catalisador para o desenvolvimento pessoal e acadêmico. O professor de educação física Daniel Matos, da escola GEO Martin Luther King, enfatizou: “Não é por xadrez que a gente faz xadrez, é porque a nossa intenção é que os alunos saiam do 9º ano com bolsa em escola particular, que passem para universidade pública e prosperem na vida”. Esta visão mostra claramente como o xadrez pode ser uma ferramenta de ascensão social para esses jovens.
Além das vitórias individuais, a premiação destacó as escolas com maiores conquistas em equipe. A Santa Mônica Rede de Ensino e o GEO Martin Luther King levaram várias medalhas de ouro, refletindo a preparação e o talento de seus alunos. O xadrez se reafirma, assim, não apenas como um esporte, mas como uma formação integral para os estudantes, estimulando não apenas as habilidades estratégicas, mas também valores como disciplina e trabalho em equipe.
Competições futuras e ações sociais
O Intercolegial não se limita ao xadrez. O torneio de 2025 também destacou o basquete, que teve sua estreia no último sábado, e traz outras modalidades como judô, futebol, natação, entre outras. A inclusão destas atividades visa enriquecer o intercâmbio escolar e aumentar a participação dos jovens e suas escolas.
Além das competições esportivas, o Intercolegial também mantém um forte compromisso social com o projeto Intersolidário, que incentiva a arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos em benefício de instituições parceiras.
Assim, o Intercolegial de xadrez não só oferece um espaço para revelação de talentos, mas também contribui para a formação de cidadãos mais preparados, éticos e conscientes de seu papel na sociedade.
Com o final do torneio, a expectativa agora é sobre as futuras competições e o impacto duradouro que eventos como este têm na vida e nos sonhos dos participantes.