Na última terça-feira, 26 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou seus ministros para uma importante reunião ministerial. O encontro, que acontece na reta final de 2025, tem como objetivo alinhar as ações do governo e estabelecer as prioridades do Executivo para o segundo semestre do ano, especialmente com a aproximação das eleições de 2026.
Objetivos da reunião ministerial
Esta já é a segunda reunião em 2025 onde Lula reúne todo o primeiro escalão. Durante o encontro, o presidente deve abordar o plano de resposta ao tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos, e orientar seus auxiliares sobre o discurso a ser utilizado em relação a esse tema. Além disso, uma das novidades que deve surgir é um novo slogan que reforça a defesa da soberania brasileira e menciona o ‘povo brasileiro’.
De acordo com informações de assessores, Lula também pretende analisar o progresso das entregas feitas pelos ministérios até o momento, avaliando o que ainda precisa ser feito. Esta reunião é considerada crucial para definir as prioridades do governo no restante do ano, uma vez que a competição eleitoral se intensifica.
Reputação e popularidade
- O encontro ocorre em um momento em que a popularidade do presidente mostra sinais de recuperação. Segundo a pesquisa Genial/Quaest, a aprovação de Lula subiu para 46%, embora a desaprovação ainda seja alta, com 51% da população expressando descontentamento.
- Pese embora o governo tenha cumprido algumas promessas de campanha, como a redução das filas no SUS e o combate à fome no Brasil, várias propostas fundamentais ainda estão pendentes.
- Uma das propostas ainda em análise no Congresso é a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.
- Além disso, o governo busca implementar iniciativas que possam beneficiar a classe média e a população mais vulnerável, visando as próximas eleições.
Novos programas em foco
No intuito de atrair o apoio da classe média e dos mais pobres, Lula tem planejado novos programas, incluindo um projeto de crédito para reforma de casas. Este programa está sob a responsabilidade do Ministério das Cidades, que também está discutindo uma mudança no modelo de financiamento habitacional para facilitar o acesso ao crédito.
Outra proposta significativa é a intenção de isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil, ao mesmo tempo em que se busca aumentar a tributação sobre os super-ricos. Essa medida é uma das promessas mais esperadas da campanha de Lula e já recebeu um avanço na Câmara dos Deputados, que aprovou a urgência da proposta, ampliando a isenção para quem ganha até R$ 7.350.
Benefícios para a população de baixa renda
Além de isenções fiscais, Lula também abordou a criação de vouchers para auxiliar na compra de botijões de gás para famílias de baixa renda, uma nova modalidade do Auxílio Gás. Essa proposta visa beneficiar as famílias cadastradas no Cadastro Único e reflete a preocupação do governo em amenizar os impactos econômicos que atingem os mais vulneráveis.
O governo está ainda estudando maneiras de reduzir o preço do botijão de gás nas distribuidoras. A Petrobras, recentemente, aprovou a volta da distribuição de gás diretamente ao consumidor, o que poderá aliviar preços em um setor que tem gerado críticas frequentes ao Executivo.
Pautas em debate na Câmara
Entre as pautas que têm gerado discussões no governo, uma das mais controversas é a proposta de acabar com a obrigatoriedade da autoescola na obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o que reduziria drasticamente os custos para os motoristas. Contudo, essa ideia enfrenta forte resistência do setor que, segundo previsões, poderia resultar no fechamento de milhares de autoescolas.
As propostas discutidas na reunião ministerial visam não apenas atender às necessidades imediatas da população, mas também organizar as estratégias do governo para aumentar a aprovação popular, especialmente em um ano marcado por desafios e pela expectativa das eleições de 2026.
Em suma, a reunião ministerial de Lula serve como um marco para estabelecer as diretrizes do governo, consolidando iniciativas que buscam promover a inclusão social e a justiça fiscal, ao mesmo tempo que tentam equilibrar a popularidade do presidente em um cenário político conturbado.