O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Petrobras começaram nesta semana o teste de uma simulação de vazamento de petróleo na Foz do Amazonas, região do litoral do Amapá, na Margem Equatorial. A iniciativa visa analisar a preparação da empresa para eventuais acidentes e obter a licença para futura perfuração de poços na área.
Simulação avalia capacidade de reação a vazamentos na margem equatorial
Denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), o teste é uma etapa fundamental antes da liberação da licença de perfuração por parte do Ibama. A operação, que deve durar de três a quatro dias, verificará se os equipamentos de contenção funcionam adequadamente, a rapidez da resposta da equipe e a eficácia nos procedimentos de resgate de fauna atingida.
Segundo informações do órgão, cerca de 400 profissionais participam da simulação, que conta com 13 embarcações, três aeronaves, além de centros de atendimento e reabilitação de fauna em Oiapoque, no Amapá, e Belém, no Pará. Os centros funcionam como hospitais para animais marinhos, incluindo tartarugas, golfinhos e peixes-boi.
Impasses e perspectivas para exploração petrolífera na região
Embora haja uma impressão de avanços, o projeto enfrenta resistência: em maio de 2023, o Ibama negou a licença para perfuração de um poço na região e, posteriormente, recebeu pareceres de técnicos indicando a necessidade de maior análise antes de liberar a autorização. A Petrobras, por sua vez, afirma que o debate sobre a exploração na Margem Equatorial “está beirando o consenso”, conforme declarou o presidente da estatal.
Durante o exercício, serão avaliados aspectos relacionados à comunicação entre equipes, capacidade de resgate e uso de tecnologia de contenção de óleo. O órgão ambiental destacou que, com base nos estudos realizados, é descartada a chegada de óleo às praias próximas, dado o afastamento do local do vazamento em relação às áreas de maior risco.
Impactos ambientais e próximos passos
Se o teste for bem-sucedido, a análise final do Ibama poderá ser concluída rapidamente, permitindo a liberação da licença para perfuração. Ainda assim, a decisão depende da aprovação do órgão após a avaliação do exercício. Em situações similares, como na Bacia Potiguar, em setembro de 2023, a instalação de poços recebeu autorização logo após os testes simulados.
O Ibama enfatiza que os procedimentos visam garantir a proteção do meio ambiente e das comunidades locais. Para isso, os planos de emergência, como o Plano de Emergência Individual (PEI) e o Plano de Proteção à Fauna (PPAF), já foram aprovados de forma conceitual e serão postos à prova durante o exercício.
A expectativa é que, na eventualidade de uma perfuração real, a resposta rápida e eficiente minimizaria os impactos ambientais. O órgão ambiental ressaltou ainda que a liberação da licença depende da avaliação do resultado do teste e do cumprimento de todas as etapas de segurança e preservação.