Brasil, 24 de agosto de 2025
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Ensinar jovens a fazer ligações telefônicas na escola? Talvez os adultos também precisem

A formação em habilidades básicas de comunicação, como fazer uma ligação, pode ser mais útil do que parece, especialmente em tempos digitais.

Numa era em que mensagens de texto e redes sociais dominam, a ideia de ensinar jovens a ligar, fazer entrevistas ou solicitar algo por telefone causa espanto. A mídia relata que escolas no Reino Unido estão promovendo aulas para ajudá-los a enfrentar o medo de falar ao telefone, especialmente durante o período de resultados do A-level e a fase de convalidar vagas na universidade.

Por que ensinar a ligar? A importância de habilidades básicas de comunicação

Segundo especialistas, cerca de 63% da população no Reino Unido já experimentou algum tipo de ansiedade ao atender ou fazer ligações telefônicas, uma condição conhecida como telephobia. Apesar de parecer obsoleto, o domínio de uma comunicação verbal clara e segura é essencial na vida adulta, para marcar consultas, negociar salários ou resolver problemas do cotidiano.

Dados indicam que jovens, mesmo sendo menos propensos a recorrer ao telefone do que os mais velhos, estão mais sujeitos à ansiedade relacionada ao meio de comunicação. Assim, aulas que treinem a realização de ligações, entrevistas ou negociações podem reduzir esses medos e preparar melhor os estudantes para o futuro.

Ensinar a falar ao telefone: uma estratégia sensata?

Na prática, as escolas que adotaram esse tipo de formação argumentam que ela ajuda os alunos a desenvolver competências essenciais, como resistir ao nervosismo, articular ideias com mais confiança e lidar com situações de pressão — habilidades que vão muito além do telefone.

Jo Saxton, CEO da UCAS (Sistema de Admissões Universitárias do Reino Unido), destacou que chamadas para universidades caíram em torno de um terço desde 2019, refletindo uma mudança de comportamento dos jovens, que preferem interagir digitalmente. Então, por que não investir em treinos práticos de comunicação verbal antes que a ansiedade se transforme em um obstáculo?

Mais do que ligar: habilidades para a vida

Além de fazer ligações, os programas incluem ensinar a conduzir entrevistas de emprego, solicitar empréstimos estudantis, defender seus direitos como locatários e até preparar refeições saudáveis — habilidades que ajudam na autonomia e na autoconfiança das novas gerações.

James Johnstone, diretor de uma escola de elite na Inglaterra, reforça: “Se podemos ajudar nossos estudantes a se comunicarem melhor, a enfrentarem o mundo com mais segurança, por que não?”

Adaptação e evolução da educação

O debate sobre a utilidade dessas aulas revela uma verdade: em tempos de mudanças rápidas, o que parece desnecessário hoje pode ser essencial amanhã. Educação não é só passar conteúdos, mas preparar para os desafios reais da vida.

Em vez de zombar ou desmerecer iniciativas que promovem habilidades civis básicas, talvez devêssemos refletir se também não estamos precisando de uma dose de treinamento ao vivo — até mesmo para aprender a ouvir com atenção, falar com clareza e resolver conflitos, habilidades tão valiosas quanto usar um telefone.

Se as escolas no Reino Unido estão dispostas a investir nisso, quem sabe um dia essa mudança chegue também por aqui, ajudando gerações inteiras a encarar a comunicação com mais segurança e menos medo.

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