No último sábado (23/8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma declaração incisiva sobre a posição do Brasil no cenário internacional, afirmando que o país não abrirá mão de sua soberania e não pode “servir de quintal de ninguém”. Essa afirmação foi feita durante a escolha da nova Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em um momento que ressalta a importância do diálogo com diversas nações.
O desafio geopolítico brasileiro
Durante sua participação remota na sessão do PT, Haddad enfatizou a necessidade de o Brasil se afirmar geograficamente e politicamente. “Estamos diante de um desafio geopolítico. O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Temos tamanho, densidade e importância para manter e garantir a nossa soberania”, afirmou o ministro, ressaltando a intenção do governo de dialogar com diferentes países enquanto preserva a independência nacional.
Haddad abordou especificamente as relações com os Estados Unidos, enfatizando que o Brasil nunca cogitou romper essa conexão, mas que as condições atuais são inaceitáveis. Ele fez referência ao “tarifaço” de 50% imposto pelo ex-presidente Donald Trump, deixando claro que a parceria deve ser reavaliada sob novos termos.
“Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os EUA, mas não nas condições que estão sendo colocadas. Dialogamos com todos os governos e, em vários momentos, o presidente Lula, em seus três mandatos, teve ótimas relações com presidentes americanos, sejam democratas ou republicanos. Não há razão para que isso mude, até porque o governo Trump é temporário. Não podemos abrir mão da nossa soberania, da independência dos nossos poderes”, completou Haddad.
Reunião do PT e nova liderança
O encontro que elegeu a nova Executiva Nacional do PT ocorre em um contexto de mudanças significativas dentro do partido. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) obteve a maioria dos votos no Processo de Eleições Diretas (PED) de 2025, levando à escolha de novos líderes para cargos-chave da sigla. Além da presidência, o grupo se apropriará de posições estratégicas como Comunicação e Finanças.
Edinho Silva, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e ex-prefeito de Araraquara (SP), foi eleito como o novo presidente nacional do PT. Sua candidatura teve forte apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que lhe conferiu uma posição privilegiada para fomentar alianças mais centradas, distantes da tradicional esquerda do partido, em preparação para as eleições presidenciais de 2026.
Expectativas e novos nomes
A nova Executiva Nacional, que será escolhida a partir de indicações alinhadas à CNB, traz já alguns nomes confirmados, como Gleide Andrade, próxima da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Gleide, que deverá ficar à frente da Secretaria de Finanças, traz consigo a confiança e a experiência necessária para lidar com as questões econômicas do país.
Essas movimentações dentro do partido refletem um desejo de modernização e adaptação às novas realidades políticas, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Com a nova liderança, o PT almeja não apenas fortalecer sua presença na política, mas também estabelecer um papel significativo nas discussões globais, sempre defendendo a soberania brasileira.
Com as mudanças em curso, o Brasil se prepara para um novo capítulo em suas relações internacionais e internas, buscando manter sua independência e importância no cenário global.
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