Brasil, 24 de agosto de 2025
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Haddad afirma que Brasil não pode servir de quintal para ninguém na crise com Trump

Ministro da Fazenda destaca a soberania do Brasil diante do tarifaço de 50% imposto pelos EUA e reforça interesse em diálogo sem abrir mão da independência

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado que o Brasil “não pode servir de quintal de ninguém” e ressaltou a importância do país manter sua soberania diante das negociações em torno do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, promovida pelo governo Trump, tem gerado críticas do governo Lula, que considera a ação uma questão política de Washington.

Soberania e relação com os EUA

Haddad participou via videoconferência do encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado em Brasília, e afirmou que o Brasil tem “densidade e importância” para garantir sua soberania. “Estamos diante de um desafio geopolítico. O Brasil não pode servir de quintal para ninguém. Temos tamanho, densidade e importância para sermos parceiros de todo mundo”, declarou.

Ele explicou que o governo Lula tende a tratar as tarifas como uma ação política de Donald Trump, que justifica o tarifaço também pelo processo envolvendo Jair Bolsonaro, réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). “Nosso objetivo é dialogar com os Estados Unidos, mas sem abrir mão da independência do Brasil diante das condições impostas.”

Negociações e postura do Brasil

Segundo Haddad, o governo pretende continuar dialogando com os americanos, porém sem se curvar às condições atuais. “Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os Estados Unidos, mas também não podemos aceitar condições que comprometem nossa soberania”, destacou.

Ele relembrou as boas relações do Brasil com diferentes governos americanos ao longo dos mandatos de Lula, tanto democratas quanto republicanos. “Mantivemos uma postura altiva, séria e soberana, com uma história de 200 anos de relações diplomáticas”, reforçou.

Sobre a situação com os grupos de extrema direita

Haddad também comentou sobre uma reunião na Califórnia com o secretário do Tesouro de Trump, Scott Bessent, ressaltando que as tratativas estavam avançando até a emergência de grupos de extrema direita brasileiros, que, na sua visão, representam uma postura patriótica distorcida. “Essa hostilidade tem um objetivo político, de reabilitar a extrema direita no Brasil e livrar a cara de golpistas”, frisou.

Posição do governo e próximos passos

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, reforçou que o tarifaço é injusto, uma vez que os Estados Unidos possuem superávit na balança comercial com o Brasil. “Estamos buscando negociar para reduzir essa sobretaxa de 50%, incluindo mais produtos na lista de exceções”, afirmou.

Haddad e Alckmin destacaram o compromisso do governo Lula de dialogar e buscar alternativas para diminuir o impacto do tarifaço. “Vamos insistir para baixar essa alíquota e ampliar as exceções, sem abrir mão da soberania”, garantiu Alckmin.

Para seguir na negociação, o governo pretende manter a pressão e buscar alternativas que preservem o interesse do Brasil, reafirmando sua autonomia nas decisões comerciais e diplomáticas.

Fonte: G1 – Globo

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