Brasil, 24 de agosto de 2025
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Governo Trump assume papel ativo em empresas americanas

Donald Trump amplia participação do governo em corporações estratégicas, sinalizando mudança no modelo de livre mercado dos EUA

As empresas americanas estão sob forte influência do governo de Donald Trump, que passou a exercer um papel mais direto na gestão e na estratégia de companhias estratégicas, incluindo aquisições e intervenções. Após adquirir participações na Nvidia, AMD e na mineradora MP Materials, o governo dos EUA agora controla uma fatia de 10% na Intel, em um movimento avaliado por especialistas como uma mudança significativa no sistema de livre mercado do país.

Autoritarismo estatal no mercado americano

Desde o mês passado, o governo Trump anunciou que assumiria participação na fabricante de semicondutores Intel, no valor de cerca de US$ 8,9 bilhões, formando uma nova frente de intervenção estatal que lembra práticas comuns em países como China, Rússia e na Europa. Segundo fontes próximas às discussões, a iniciativa visa proteger interesses estratégicos e a segurança nacional, especialmente em setores críticos como tecnologia e mineração de terras raras.

Medidas sem precedentes

Especialistas afirmam que a atual estratégia de Trump difere de intervenções anteriores, como na crise de 2008, por não envolver empresas à beira do colapso. “O que vemos é uma intervenção em uma fase diferente, quase como um capitalismo administrado, com empresas sendo pressionadas a ceder participações e cumprir condições específicas”, explica Kai Liekefett, copresidente na Sidney Austin.

Reações do mercado e possíveis implicações

O movimento tem causado preocupação entre executivos e advogados de Wall Street, que investigam maneiras de defender as empresas de possíveis pressões governamentais. A reação inicial foi positiva na Intel, cujas ações dispararam mais de 5% após o anúncio, enquanto empresas como AMD sofrem quedas diante da possibilidade de favoritismo governamental.

Ao afirmar que a participação na Intel foi uma estratégia de garantir ganhos aos contribuintes e fortalecer a segurança nacional, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, reforçou que a intervenção visa proteger interesses essenciais do país. “Estamos falando de setores de alta criticidade para segurança nacional”, reforçou Lutnick.

Perspectivas futuras e desafios

Apesar de o pacote de estímulo a exportadores ter apoio parcial, analistas alertam que a maior presença do Estado pode transformar o ambiente empresarial, dificultando a independência das empresas e gerando insegurança para investidores. Além disso, o próprio arcabouço legal dos EUA, como o CHIPS Act, possui brechas que facilitariam novas intervenções.

O impacto político e econômico ainda está em avaliação, com promessas de que o governo continuará analisando outras empresas que possam ser alvo de regulações ou participações acionárias. “Essa mudança pode comprometer a neutralidade do mercado, trazendo um cenário mais parecido com modelos de economia controlada”, observa o professor David Sicilia, da Universidade de Maryland.

Implicações para o longo prazo

Especialistas também questionam se esse perfil de intervenção mais agressivo promoverá inovação ou, ao contrário, dificultará o investimento estrangeiro e doméstico em setores estratégicos. Como aponta o historiador Jonathan Levy, a participação do Estado em setores fundamentais foi uma prática reservada a momentos de guerra ou crise de segurança, e sua aplicação de forma contínua pode alterar profundamente o funcionamento do livre mercado nos EUA.

Enquanto o governo Trump tenta consolidar seu controle sobre setores considerados essenciais, empresas e acionistas refletem sobre o futuro do ambiente de negócios americano e os riscos de uma política que mistura interesses públicos e privados de formas inéditas.

Para mais detalhes sobre as ações do governo e suas possíveis consequências, acesse o material completo no Globo.

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