O clima entre o treinador Tiago Nunes e o Botafogo não é mais o mesmo após a rescisão contratual ocorrida em fevereiro de 2024. A situação culminou em uma ação judicial, onde o técnico reivindica R$ 3,7 milhões referentes ao acerto feito quando deixou o clube. Nunes, que assumiu a equipe em novembro de 2023, foi demitido apenas três meses depois, mas agora busca seus direitos na 74ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.
Contexto da rescisão e a disputa financeira
Tiago Nunes teve a missão de comandar o Botafogo por um curto período. Sua trajetória terminou em fevereiro de 2024, e, em abril do mesmo ano, o clube e o treinador estabeleceram um acordo que previa o pagamento de cerca de R$ 2 milhões em seis parcelas. Porém, até o momento, apenas a primeira parcela foi quitada.
Sem avanços significativos na negociação e após um longo período sem respostas do clube, Tiago decidiu recorrer à Justiça, gerando uma nova polêmica no ambiente do futebol carioca. O Botafogo alega estar enfrentando uma crise financeira, o que complicou ainda mais a situação entre as partes. Entretanto, em primeiro grau, a Justiça condenou o Botafogo a pagar a quantia de R$ 3,7 milhões ao técnico, e a decisão final pode ocorrer em até seis meses.
Tentativas de conciliação e a postura do treinador
A defesa de Tiago Nunes afirma que foram feitas várias tentativas de contato com os dirigentes do Botafogo antes de decidir pelo processo judicial. O advogado do treinador, Nicholas Zucchetti, enfatizou que a intenção de Tiago sempre foi a conciliação, e a ação judicial só foi protocolada após a falta de resposta do clube à suas solicitações.
Em um comunicado ao iG Esporte, o Botafogo confirmou que está tratando o assunto no Judiciário e que se manifestará apenas através dos canais formais. A equipe de reportagem do iG Esporte também tentaram contato com a assessoria do Botafogo, que não retornou até a publicação desta matéria.
Audiência e as próximas etapas do processo
Um marco importante no processo foi a audiência de conciliação realizada em 30 de abril deste ano, que não resultou em um acordo entre as partes. Na sequência, a Justiça estipulou que o Botafogo deveria pagar a quantia estabelecida ao técnico. Em resposta, na semana passada, o clube apresentou um recurso e agora aguarda uma decisão em segunda instância.
Essa disputa judicial não apenas destaca as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Botafogo, mas também coloca em evidência a constante tensão entre clubes e profissionais do futebol quando o assunto é cumprimento de contratos e pagamento de verbas rescisórias. O clamor por um futebol mais transparente e justo, tanto para clubes quanto para seus colaboradores, continua a ser uma pauta importante nas discussões sobre a administração do esporte no Brasil.
Com o desenrolar do processo na Justiça, torcedores e admiradores do futebol brasileiro ficam atentos às movimentações entre Tiago Nunes e o Botafogo, que prometem ainda render muitos capítulos nesta novela esportiva. Com a sentença parcial já emitida, os próximos passos serão cruciais para o futuro financeiro do clube e para a reputação de seus dirigentes.
*Reportagem em atualização.
