Em um clima tenso e incerto, milhares de funcionários da Paramount estão prestes a enfrentar um Dia de Ação de Graças nada festivo. A gigante da mídia está se preparando para implementar uma significativa onda de demissões, prevista para o início de novembro, após a fusão com a produtora Skydance Media, segundo informações veiculadas por fontes próximas ao processo.
Uma onda de demissões a caminho
Jeff Shell, ex-chefe da NBCUniversal e agora presidente da Paramount, tem instruído os gerentes a elaborar listas de demissões. Essas “listas de morte”, como foram chamadas, devem ser entregues à direção da empresa no mês de outubro. O objetivo, segundo relatos, é economizar mais de US$ 2 bilhões, o que representa uma mudança drástica na estrutura da empresa. As demissões, anunciadas como um “massacre”, podem cobrir uma grande parte das divisões que compõem a Paramount Pictures, CBS, MTV e Showtime.
“Vai ser um massacre”, afirmou a fonte sobre o impacto das demissões. “Vai ser feio.” Não há como negar que, entre os funcionários, a ansiedade e o medo têm se espalhado. Com as demissões programadas para coincidirem com os resultados do terceiro trimestre e uma apresentação aos investidores, muitos esperam por uma mudança radical na cultura corporativa que tem se mostrado problemática.
Corte de custos e mudanças de liderança
Durante uma coletiva de imprensa em Los Angeles, Shell abordou a situação, reconhecendo que os cortes serão “dolorosos” e realizados de uma só vez. “Não queremos ser uma empresa que demite a cada trimestre”, ele declarou, referindo-se ao histórico anterior da Paramount de cortes constantes. Shell, que foi redistribuído para um papel de liderança após a conclusão da fusão de US$ 8,4 bilhões entre a Paramount e a Skydance em agosto, ressaltou a importância de finalizar esse processo de forma rápida e eficiente.
David Ellison, CEO da Skydance, e sua equipe executiva não estão convencidos de que cortes contínuos são a solução para o crescimento, uma ideia que foi exposta em uma coletiva em Nova York. Eles também afirmaram que os custos podem ultrapassar a meta inicial de US$ 2 bilhões, mas a falta de um cronograma claro para as demissões deixa muitos funcionários em um estado de insegurança.
Impacto nas operações da CBS
Mudanças significativas já estão em andamento na CBS, com o produtor executivo do “CBS Evening News”, Guy Campanile, sendo transferido de volta para o programa “60 Minutes”. Com isso, Kim Harvey deve assumir o cargo de Campanile, enquanto especulações sugerem que um dos âncoras da transmissão noturna, John Dickerson ou Maurice DuBois, pode ser eliminado. Fontes apontam para DuBois como o candidato forte para ser o único âncora da edição.
Além das mudanças internas, o relacionamento da Paramount com figuras proeminentes da mídia também está evoluindo. Ellison tem liderado conversas para atrair jornalistas de destaque, incluindo Bari Weiss e o ex-presidente da CBS News, David Rhodes, para fortalecer a rede e ampliar sua influência.
Novas parcerias e aquisições
Recentemente, a Paramount fez uma aquisição notável ao garantir os direitos exclusivos de transmissão de todos os eventos da Ultimate Fighting Championship (UFC) nos Estados Unidos. O acordo, que custará cerca de US$ 7,7 bilhões ao longo de sete anos e começará em 2026, destaca o foco estratégico da nova administração em buscar crescimento por meio de aquisições significativas, mesmo em meio a cortes de pessoal.
Em resumo, a Paramount está passando por um período de intensa transformação, marcado pela fusão com a Skydance Media e um plano de reestruturação agressiva. A expectativa é que nos próximos meses, os efeitos dessas mudanças comecem a se refletir nas operações da empresa e na vida de milhares de funcionários. Enquanto alguns se preparam para uma nova era, outros enfrentam um futuro incerto com a iminência das demissões.