O Botafogo, atual campeão da Libertadores, experimentou uma queda dura e precoce na edição de 2025, sendo eliminado nas oitavas de final pela LDU de Quito. Após uma vitória magra por 1 a 0 no Rio de Janeiro, o confronto se virou contra o alvinegro, que perdeu por 2 a 0 em Quito, totalizando 2 a 1 no agregado. Essa derrota vai além do simples resultado; ela simboliza a frustração de um time que, após conquistar a maior taça da sua história no ano anterior, viu suas esperanças desmoronarem contra um adversário que, a princípio, era considerado tecnicamente inferior.
A queda do gigante
Nos últimos dois anos, a trajetória do Botafogo esteve repleta de altos e baixos, especialmente no que diz respeito ao desempenho em campo. Desde que conquistou a Libertadores em 2024, a equipe não conseguiu manter a imponência esperada e, neste ano, somou apenas raros momentos dignos de um verdadeiro campeão continental. Na Recopa, por exemplo, o time enfrentou um Racing sedento por vitória e, sem técnico, acabou engolido pelo adversário.
Durante a fase de grupos da Libertadores, o Botafogo, agora sob a orientação de Renato Paiva, ainda teve dificuldades e complicações em cada jogo, mesmo em um grupo que parecia tranquilo. As vitórias sobre o modesto Carabobo vieram em momentos de aperto, e confrontos contra Estudiantes e La U revelaram um desempenho aquém do esperado.
Desafios e constantes mudanças
A eliminação do Botafogo na Libertadores pode ser atribuída, em grande parte, aos efeitos das mudanças drásticas no elenco após a Copa do Mundo de Clubes, onde muitos jogadores-chave, como Jair e Gregore, foram vendidos. As substituições, embora não ruins, ainda não se mostraram à altura do desempenho exigido, com o time enfrentando dificuldades para se adaptar.
Outro fator que influenciou significativamente o resultado foi a escolha de Davide Ancelotti como técnico. A sua inexperiência em um momento tão crítico — especialmente diante de uma equipe como a LDU, conhecida por sua forte defesa em casa e pelo jogo físico — teve um peso considerável. Mesmo com um histórico promissor como auxiliar na Champions League, a falta de conhecimento sobre os desafios da Libertadores ficou evidente em sua abordagem.
A performance tática
No campo, o confronto se desenvolveu em um verdadeiro desafio tático. Tiago Nunes, ex-treinador do Botafogo, se destacou por suas estratégias que desarticularam a construção do time alvinegro. Enquanto a LDU pressionou intensamente, o Botafogo parecia perdida, sem conseguir se reencontrar durante o jogo, revelando uma falta de entrosamento e de ajuste em suas táticas.
Expectativas para o futuro
Atualmente, o Botafogo enfrenta um ano conturbado e imprevisível, onde seu futuro na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro permanece incerto. A equipe já não é mais favorita para conquistar o bicampeonato e, nas competições restantes, ainda deve enfrentar desafios significativos. A continuação de uma pré-temporada conforme o desempenho atual parece refletir a falta de ritmo e confiança do time.
Embora tenha tentado focar na análise do que aconteceu em campo, é inegável que a turbulência fora dele também afeta o desempenho do Botafogo. Com uma gestão marcada por disputas societárias e conflitos administrativos, a imprevisibilidade permeia a temporada de 2025. O Botafogo, que há um ano celebrava sua glória, agora navega em águas turvas, com o potencial de terminar a temporada sem títulos ou vagas em competições futuras, reforçando o dilema que a equipe enfrenta.
Conforme o cenário da Libertadores se desenha com clubes tradicionais avançando às quartas de final, a trajetória do Botafogo serve como um lembrete da volatilidade e competitividade do futebol sul-americano. Todos os olhos agora se voltam para o que o futuro reserva para os alvinegros diante de tanto questionamento e incerteza.