Brasil, 18 de setembro de 2025
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Sobrevivendo sob a intervenção federal: a reação de DC após decisão de Trump

Um residente de DC documenta a cidade em choque e sob controle federal após ação de Trump, revelando um cenário dystópico e assustador

Após Trump assinar uma ordem executiva que federalizou Washington, DC, e enviou 800 soldados da Guarda Nacional, moradores e cidadãos têm vivido uma realidade de forte presença militar e policiamento intensificado, gerando reações de espanto e preocupação.

Trump declara emergência criminal em DC, enquanto moradores observam a mudança radical

O presidente dos Estados Unidos declarou uma “emergência criminal” em Washington, DC, em meio a reação negativa de prefeitos e moradores, que apontam que a cidade já possui uma das menores taxas de criminalidade em 30 anos. A medida, que inclui o deslocamento de mais de 1.100 militares de diversos estados, busca reforçar a presença federal sob justificativa de combate ao crime.

Segundo o prefeito de DC, Muriel Bowser, a situação de 2023, com aumento dos delitos, não justificava a intervenção militar. “Apesar do pico em certos tipos de crime, estamos no menor nível em três décadas”, afirmou Bowser em uma publicação no Facebook. Ainda assim, o governo federal avançou com a ação.

O relato de Rob Perez: uma visão em tempo real do impacto na cidade

Documentando o caos

Rob Perez, veterano da Marinha, criador de conteúdo e residente de DC, decidiu pegar suas roupas de corrida e mostrar o que se passa nas ruas da capital. Seu vídeo, que viralizou com mais de 10 milhões de visualizações e quase 2 milhões de curtidas, registra a presença militar e policial por toda a cidade, além de protestos e a sensação de insegurança.

Ao iniciar sua corrida, Rob mostrou filas de veículos não identificados, policiais e agentes federais ao redor de Union Station e do Capitólio, além de manifestações com apitos, panelas e megafones. “Não estou tentando criar uma narrativa assustadora, quero apenas mostrar o que vejo”, afirmou.

Durante o percurso, Rob filmou diferentes setores, incluindo agentes de diversas agências federais, protestos que gritavam palavras de ordem contra a presença militar, e cenas de moradores assustados, especialmente pessoas negras, que demonstraram preocupação e medo ao cruzar com as forças de segurança.

A percepção dos habitantes e a confusão nas ruas

Rob destacou a confusão que percebeu entre as agências policiais sobre quem realmente controla a ordem. Além disso, observou o impacto emocional nas pessoas de cor, que relataram sentir-se inseguras e sob vigilância constante. Uma mãe negra, por exemplo, afirmou que precisa segurar a mão do filho e explicar que eles não devem provocar os agentes.

Reações e percepções na cidade diante da crise

As opiniões na internet foram contundentes: muitos comentários atravessaram o medo com relatos de que o cenário lembra uma ditadura. “Isso não é normal, é o que um país autoritário parece”, escreveu um usuário. Outros compararam a situação com cenas do filme “The Handmaid’s Tale”.

Por outro lado, Rob foi elogiado por usar sua influência para documentar a cidade, ajudando a dar voz aos moradores que se sentem acuados ou silenciados por medo de represálias, especialmente trabalhadores do governo que temem perder o emprego ao se manifestar.

A relação de DC com o federal e o impacto na democracia local

O residente reforça que Washington, DC, é uma cidade com pouca representatividade no Congresso – sem direito ao voto no Senado e com um deputado sem votos. Além disso, paga altos impostos e sofre cortes de mais de 60 mil empregos federais, agravando ainda mais sua vulnerabilidade ao controle federal.

“Muitos não entendem que, por não serem uma verdadeira entidade estatal, nós estamos sujeitos a esse tipo de intervenção, mesmo com 30 anos de baixíssima criminalidade”, explicou Rob.

O que vem a seguir?

Especialistas e moradores aguardam os próximos passos do governo, que promete uma resposta oficial e detalhada sobre o funcionamento da intervenção. O impacto a longo prazo, tanto na segurança quanto na liberdade dos cidadãos, permanece incerto, enquanto a cidade tenta se adaptar a um cenário cada vez mais controlado por forças federais.

Este momento reforça a importância de compreender o papel de DC na estrutura política dos EUA e os riscos de uma intervenção tão extrema sem respaldo da população local. Como disse Martin Luther King Jr., “Estamos presos numa teia de responsabilidade mútua, onde o que afeta um, afeta a todos”.

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