No último domingo, o 41º Mundial de Ginástica Rítmica, realizado no Rio de Janeiro, coroou a determinação e a resiliência da ginasta Babi Domingos. Em uma preparação marcada por adversidades, Babi enfrentou uma inflamação no olho esquerdo que a obrigou a treinar praticamente sem enxergar. A atleta, armada de coragem, não apenas superou este desafio, mas também conquistou a nona posição na final do individual geral, o melhor resultado do Brasil na competição.
Um treinamento desafiador
O evento trouxe não somente a expectativa de subir ao pódio, mas também um desafio inusitado para a atleta de 25 anos. Com um histórico de problemas de visão, Babi teve que abdicar de suas lentes de contato – que a ajudavam a ver com clareza – durante as semanas que antecederam o Mundial. A inflamação a impediu de usar lentes e, mesmo com uma miopia de oito graus e astigmatismo, a ginasta tomou a corajosa decisão de treinar sem enxergar.
“Foram treinos agonizantes. Não enxergava nada, chorava todos os dias”, revela Babi, que apesar das dificuldades, encontrou uma forma de aprimorar sua performance. “Por um lado, treinar ‘às cegas’ deixou meus movimentos e lançamentos mais precisos. Foi um desafio muito grande, mas conseguimos passar”, acrescentou.
Arco tema Rei Leão
Durante a competição, a ginasta apresentou sua série usando o arco no tema do filme “Rei Leão”, que emociona e traz consigo momentos de grande vínculo emocional. A apresentação foi não apenas uma despedida simbólica daquela série, que foi trabalhada desde antes da Olimpíada de Paris 2024, mas também um marco de superação e criatividade, mesmo diante das adversidades.
A pressão e a resposta a críticas
Ao longo do ano, Babi ponderou sobre a possibilidade de se retirar das competições, pressionada por críticas que a consideravam “velha demais” para competir em alto nível. Com uma carreira marcada por conquistas e desafios, a ginasta recebeu frequentemente mensagens duras, reflexo da competitividade do mundo dos esportes. Porém, a experiência no Mundial lhe trouxe um novo ímpeto. “Esse campeonato me impulsionou ainda mais a continuar”, disse Babi, reconhecendo a importância de se dedicar, mas sem se pressionar excessivamente.
Os desafios que ela enfrentou não foram apenas físicos, mas também emocionais. A resiliência diante de dificuldades foi um aprendizado importante, que a ajudou a voltar a acreditar em seu potencial. “Meu amadurecimento pós-Olimpíadas me ajudou muito a chegar até aqui”, afirmou a atleta, evidenciando como a superação pessoal é fundamental no percurso esportivo.
O futuro e os sonhos de Los Angeles 2028
Com o olhar voltado para o futuro, Babi sonha com novas competições, incluindo os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028. A determinação que a levou a superar um desafio tão significativo em sua carreira, a faz sonhar grande. “Vou continuar me dedicando e trabalhar para que, independente dos obstáculos, eu possa dar o meu melhor sempre”, finalizou a ginasta.
O desempenho de Babi Domingos é um exemplo inspirador de como coragem e determinação podem levar a conquistas, mesmo sob circunstâncias desafiadoras.
