Brasil, 23 de agosto de 2025
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Habbo Hotel se torna palco de debates políticos entre jovens

Usuários do Habbo Hotel recriam política brasileira em um ambiente virtual, promovendo debate e interação sobre temas atuais.

No cenário digital do Habbo Hotel, uma comunidade virtual que atrai principalmente adolescentes, os usuários têm encontrado uma maneira inovadora de se envolver com questões do cotidiano brasileiro, incluindo a política nacional. A plataforma se transforma em um espaço onde o governo federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional são recriados, refletindo a dinâmica política, com representação tanto da base quanto da oposição. Esse movimento inclui até pressões pelo impeachment do atual presidente, tornando o jogo um espaço de interação e debate político.

Recriação de instituições e dinâmicas do poder

Os participantes do Habbo Hotel utilizam a plataforma como uma forma de entretenimento e engajamento, reconstruindo cenários que imitam o funcionamento das instituições governamentais. Eles organizam votações no “Congresso” e simulam sessões de julgamento no STF, além de editar decretos presidenciais. Essa dinâmica transforma o jogo em um ambiente que promove a interação e o debate político, permitindo que os usuários explorem e experimentem a estrutura do poder público.

O role-playing game (RPG), que busca imitar a vida real, integra elementos como a Constituição Federal e o Código Penal. Há até um regimento adaptado do próprio STF, com instrumentos jurídicos como HCs (habeas corpus) e ADIs (ações diretas de inconstitucionalidade). Os participantes também têm um estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) adaptado para o ambiente do jogo, permitindo que jogadores atuem na defesa de investigados em processos internos do RPG.

A influência de personagens e cenários da política real

Os jogadores buscam se espelhar em figuras dos Três Poderes, como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, refletindo no jogo a polarização política que caracteriza o Brasil atualmente. O ambiente virtual é permeado pela mesma atmosfera de tensões políticas vividas fora dele, especialmente após eventos recentes como a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Assim como na realidade, no jogo, cabe ao “presidente” indicar os ministros para a Suprema Corte, enquanto os parlamentares têm a liberdade de propor projetos de lei e outras proposições.

“Quero que as pessoas percebam que a política não é algo distante ou inacessível, mas sim algo que faz parte da vida de todos nós. Espero que os jogadores entendam a importância do diálogo, da democracia e da participação ativa, mesmo que aqui seja num ambiente virtual. No fundo, a mensagem é que todos podemos contribuir para um mundo mais organizado e justo, seja na vida real ou no RPG”, afirmou John Hudson, o criador da ideia.

Uma nova maneira de ensinar política

John Hudson enfatiza que essa experiência não apenas se assemelha ao cotidiano político brasileiro, mas também favorece a formação de uma nova geração de cidadãos mais responsáveis. O “Congresso” dentro do jogo foi adaptado com características dos órgãos oficiais, incluindo as icônicas torres do Congresso Nacional, projetadas por Oscar Niemeyer. Essa aproximação estética entre o jogo e a realidade tem estimulado o interesse dos jogadores, a maioria adolescentes, a cobrarem resultados de seus representantes e a assumirem suas responsabilidades.

“Quando a gente apresenta a política de forma acessível, interativa e sem linguagem complicada, conseguimos quebrar aquela barreira do ‘isso não é para mim’. O RPG cria um ambiente seguro para testar ideias, debater e entender processos, e isso pode despertar um interesse real pela participação na política do mundo real”, complementou Hudson.

A dinâmica do julgamento e a simulação de punições

Com a popularidade crescente da iniciativa, o jogo também replica dinâmicas de julgamento, como no caso de Jair Bolsonaro, que será julgado no STF. Os jogadores experimentam medidas punitivas, incluindo o uso de tornozeleiras eletrônicas e prisões preventivas em uma versão adaptada da “Papuda”, destinada a aqueles que são condenados em julgamentos virtuais. As eleições para cargos de presidente, deputados e senadores são também realizadas, permitindo que o público do Habbo escolha seus “representantes”.

“A maior surpresa foi ver o tanto de gente que abraçou a ideia. Eu imaginava que seria divertido, mas não que tanta gente iria querer participar com tanta dedicação. Outra surpresa foi perceber que, mesmo em um ambiente virtual, as pessoas conseguem construir vínculos fortes e trabalhar em equipe. É fascinante observar as articulações, principalmente em época de eleição”, concluiu Hudson.

Essa nova maneira de interagir com a política, mesmo que virtualmente, pode representar um passo importante na formação de cidadãos mais conscientes e ativos na sociedade real.

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