Brasil, 23 de agosto de 2025
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Donald Trump ameaça demitir governadora do Fed, Lisa Cook

O presidente Donald Trump afirmou que demitirá a governadora do Federal Reserve, Lisa Cook, caso ela não renuncie, em meio a acusações de fraude.

Na última sexta-feira, o presidente Donald Trump declarou que irá demitir a governadora Lisa Cook do Federal Reserve (Fed) se ela não se afastar de seu cargo. Em uma aparição surpresa no museu The People’s House, Trump considerou as ações de Cook, que foi nomeada pelo ex-presidente Joe Biden, como “ruins” e disse que “ele a demitiria caso ela não renunciasse”.

Condições para uma demissão do Fed

Se Trump conseguir remover Cook “por um motivo justificado”, poderá ter a oportunidade de reconfigurar o conselho do banco central, o que pode ter implicações por muitos anos. Atualmente, há sete governadores, dos quais dois, Christopher Waller e Michelle Bowman, foram indicados por Trump e votaram contra a decisão mais recente do Fed de manter as taxas de juros inalteradas.

Recentemente, uma vaga foi aberta quando Adriana Kugler anunciou que deixaria seu cargo. Caso Trump consiga afastar Cook, ele terá a chance de nomear seu sucessor, o que pode garantir uma maioria no conselho alinhada com suas visões sobre política monetária. Os membros do conselho do Fed têm mandatos de 14 anos.

Acusações de fraude e investigações

O diretor da Agência Federal de Finanças Habitacionais, Bill Pulte, fez acusações públicas contra Cook, insinuando que ela cometeu fraude em hipotecas ao supostamente afirmar ter duas propriedades como sua residência principal ao mesmo tempo. Pulte encaminhou uma denúncia criminal ao Departamento de Justiça, que agora investiga o caso.

Essas acusações não são novas e têm sido alvo constante de críticas nas redes sociais por Pulte, que é um defensor vocal das solicitações de Trump para que o Fed reduza as taxas de juros. Trump já havia solicitado a renúncia imediata de Cook antes mesmo das novas alegações. O advogado do Departamento de Justiça, Ed Martin, que é visto como um aliado próximo ao presidente, pediu a Powell que removesse Cook rapidamente, embora ele não tenha a autoridade legal para fazê-lo.

Reações políticas ao caso

A senadora Elizabeth Warren, líder dos democratas no Comitê Bancário do Senado, afirmou em uma postagem que Trump está almejando Cook como um “bode expiatório” por sua incapacidade de reduzir os custos para os americanos. Cook, por sua vez, tem votado em alinhamento com Powell, mantendo as taxas de juros inalteradas após a reunião mais recente do Comitê Federal de Mercado Aberto no mês passado.

Ela declarou em resposta às acusações: “Não tenho intenção de ser coagida a renunciar ao meu cargo por causa de perguntas levantadas em um tweet”. Cook explicou que as alegações de Pulte sobre uma aplicação para hipoteca anterior a sua nomeação no Fed são infundadas, e ela está coletando informações precisas para responder às questões legítimas sobre sua história financeira.

Contexto econômico e políticas do Fed

Os comentários de Trump vieram logo após o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar que as condições econômicas “podem justificar” cortes nas taxas de juros. Embora a economia e o mercado de trabalho permaneçam resilientes, os riscos à baixa estão crescendo e a taxa de crescimento está diminuindo, o que, junto com as tarifas de Trump, pode voltar a aumentar as preocupações com a inflação durante o discurso de Powell na conferência anual do Fed, que ocorreu em Jackson Hole, Wyoming.

Com um cenário econômico em constante mudança e as políticas do Fed sendo constantemente testadas, a situação de Lisa Cook se torna um ponto central de discussão nas rodas de poder em Washington.

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