O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (PT), anunciou nesta quarta-feira (13) que a instituição será responsável pela coordenação das medidas de crédito do Plano Brasil Soberano. O objetivo é ajudar empresas brasileiras afetadas pelo aumento de até 50% nas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, que entrou em vigor recentemente.
BNDES liderará ações de crédito contra impacto das tarifas americanas
Mercadante explicou que o plano visa fortalecer o setor produtivo, proteger os empregos e utilizar a diplomacia comercial para ampliar mercados. “O BNDES será o coordenador das operações de crédito destinadas às empresas mais atingidas pelos tarifões”, afirmou durante coletiva de imprensa.
Experiência do Rio Grande do Sul serve de base para o plano
O banco usa a experiência recente de apoio ao Rio Grande do Sul, onde foram investidos R$ 29 bilhões para criar uma rede de segurança às empresas locais durante a crise. “Graças a essas ações, a economia do estado cresceu mais que a do Brasil”, destacou Mercadante.
Linhas de crédito de R$ 30 bilhões priorizam empresas mais afetadas
O pacote previsto pelo governo inclui linhas de crédito que totalizam R$ 30 bilhões. Destinar-se-á especialmente às empresas que tiveram perdas superiores a 5% no faturamento devido às tarifas de exportação.
“A prioridade será para quem sofreu prejuízo maior, com linhas de crédito que girarão em torno desse valor”, declarou Mercadante. Além disso, R$ 22 bilhões serão garantidos especificamente para pequenas e médias empresas, que têm dificuldades de acesso a garantias tradicionais.
Crédito de R$ 10 bilhões para tarifas abaixo de 50%
O banco também oferecerá R$ 10 bilhões em empréstimos às empresas que tiveram tarifas inferiores a 50%, uma faixa também impactada pelo tarifaço, mas que recebeu menos atenção até agora. “Vamos manter o crédito abaixo da Selic para facilitar o pagamento”, detalhou Mercadante.
Medidas complementares e cronograma de implementação
O plano faz parte do pacote maior do Plano Brasil Soberano, lançado por meio de Medida Provisória na semana passada. Além do crédito, o programa prevê ações como ampliação do Reintegra, diferimento de tributos e modernização de mecanismos de garantia à exportação.
De acordo com Mercadante, o calendário de liberação seguirá a lógica do modelo adotado no Rio Grande do Sul. “Nosso compromisso é que ninguém fique para trás”, afirmou, destacando a avaliação constante dos resultados e ajustes no processo.
Perspectivas e próximos passos
O foco é responder de maneira escalonada aos diferentes níveis de impacto das tarifas americanas, garantindo apoio às empresas de todos os portes. O governo ainda prepara a regulamentação detalhada do programa, com expectativa de uma implementação acelerada.
Como parte do esforço diplomático, o Plano Brasil Soberano também prevê a abertura de novos mercados e a contestação das tarifas norte-americanas na Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando ampliá-las e aliviar os efeitos da medida.
Para mais informações, acesse o fonte.