Brasil, 23 de agosto de 2025
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Finanças do Botafogo se tornam arma em disputa judicial

A crise financeira do Botafogo ganha novos contornos nos tribunais, com o envolvimento de consultorias de peso.

No meio de uma acirrada batalha judicial entre John Textor, o Botafogo e a Eagle Football Holding (EFH), a situação financeira do clube alvinegro se revelou um campo de batalha paralelo. Com o auxílio de duas influentes consultorias financeiras, a Meden Consultoria e a Alvarez & Marsal (A&M), as partes opostas buscam argumentos para sustentar suas reivindicações nos tribunais, impactando diretamente o futuro do clube.

A situação financeira do Botafogo em análise

Em uma jogada estratégica, a SAFT (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo contratou a Meden Consultoria há alguns meses. A empresa foi incumbida de analisar a saúde financeira da SAF e apresentou um relatório detalhado em 4 de agosto, após um minucioso mergulho nos números da instituição. O estudo utilizou como base as demonstrações auditadas das três últimas temporadas e um balancete atualizado até junho de 2025.

Os números revelaram a urgência da situação: o Botafogo precisará desembolsar R$ 969,5 milhões em contratações nos próximos anos, com R$ 625,8 milhões previstos para ser pagos no curto prazo, isto é, dentro de um ano. Por outro lado, o clube possui receivíveis que somam R$ 1,293 bilhão, dos quais R$ 1 bilhão seriam oriundos da Eagle e dos clubes da rede. No entanto, a holding nega reconhecer essa dívida, adicionando uma camada de complexidade à já desgastante disputa.

Risco à continuidade das operações do clube

Um dos pontos mais críticos do relatório da Meden Consultoria é a situação de passivo e ativo do Botafogo. Com um passivo circulante superior ao ativo circulante, a análise alerta para a possibilidade de que o clube não tenha recursos suficientes para cumprir suas obrigações de curto prazo, o que poderia representar um risco à continuidade das operações da equipe. Essa informação se torna fundamental, não apenas para a administração do Botafogo, mas também para os tribunais que analisam a disputa entre os envolvidos.

Demissões e cortes de gastos

A gravidade da situação financeira e a necessidade de ajustes se traduziram em demissões. Recentemente, Erasmo Damiani, diretor das divisões de base do clube, foi desligado após cinco meses no cargo. A saída foi interpretada internamente de diferentes formas, com alguns membros da SAF acreditando que a decisão visava uma redução de gastos, enquanto outros consideram que o salário do dirigente não era tão elevado e que um novo contratempo no clube poderá ser necessário para reposição do cargo. Esse tipo de ajuste é sinalizado como um reflexo do “cobertor curto” que a SAF enfrenta, ressaltando a urgência de medidas eficazes para equacionar as finanças do clube.

Dirigentes próximos à atual gestão defendem que a ênfase no relatório da Meden, anexada em processos judiciais, faz parte de uma estratégia jurídica para fortalecer a alegação de que a Eagle deve valores que o Botafogo considera legítimos.

A contraparte da disputa

Enquanto isso, a Alvarez & Marsal (A&M) foi contratada pela Eagle para investigar as transações financeiras e empréstimos entre a SAF, a empresa londrina e os clubes associados. A presença de Fred Luz, conhecido por sua experiência nos clubes Flamengo e Corinthians e sócio da A&M, alimenta rumores nos bastidores sobre um possível interesse por parte da Eagle em assumir a gestão do Botafogo. No entanto, fontes próximas ao clube afirmam que a consultoria está apenas desempenhando seu papel de análise financeira e que não há uma intenção explícita de mudança na gestão.

Com a profundidade da análise da Meden, as consequências da crise financeira do Botafogo se farão sentir não só nos tribunais, mas também no campo, podendo impactar a performance da equipe nos próximos meses. A crescente pressão da situação financeiramente frágil do clube parece continuar em foco, enquanto as partes buscam cada vez mais fortalecer suas posições de acordo com os dados que surgem em meio a essa disputa.

A contínua luta pela sobrevivência financeira do Botafogo e o destino das suas negociações com a Eagle Football Holding permanecem incertos, mas uma coisa é certa: as finanças do clube se tornaram uma arma decisiva nesta batalha judicial.

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