O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir desta sexta-feira (29), terminará a isenção de tarifas conhecida como “minimis”, que permitia a entrada de mais de 4 milhões de pacotes por dia sem cobrança na fronteira americana. A medida, que começou com a China e Hong Kong em maio, traz mudanças significativas para o comércio eletrônico internacional.
Fim da isenção de tarifas e novos ajustes no comércio eletrônico
Com a nova regra, mercadorias enviadas por correio de países diferentes da China e Hong Kong estarão sujeitas a tarifas e às regras de conformidade da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP). A Casa Branca afirmou que presentes avaliados em menos de US$ 100 continuarão isentos de tarifas.
Impacto nas remessas e resposta de serviços postais
Empresas de transporte internacional e serviços postais já vêm suspendendo algumas remessas, alegando a falta de clareza nas orientações das autoridades americanas sobre cobrança de tarifas e transmissão de dados. A Korea Post, por exemplo, deixará de aceitar encomendas aéreas para os EUA a partir de terça-feira, mantendo apenas serviços premium por transportadoras privadas.
Da mesma forma, a SingPost de Cingapura suspenderá os serviços padrão para remessas comerciais a partir de segunda-feira, operando apenas com opções específicas para clientes de varejo e corporativos.
Consequências para o mercado e o consumidor
O impacto do “tarifaço” de Trump reflete-se na instabilidade do comércio internacional. O Walmart revelou que as tarifas elevam seus preços nos EUA e aumentam os custos semanalmente. Além disso, o Japão alertou para possíveis atrasos ou devoluções de pacotes devido às mudanças, enquanto a Europa também ajusta seus serviços, com suspensões temporárias em países como Noruega, Finlândia, Alemanha e Reino Unido.
A Deutsche Post e DHL Parcel Alemanha informaram que deixarão de aceitar encomendas comerciais para os EUA, embora a DHL Express continue operacional. Serviços como o USPS ainda não esclareceram sua posição oficial.
Reações e incertezas no mercado
Especialistas indicam que a incerteza sobre quem irá cobrar as tarifas e como será feita a transmissão dos dados aos EUA provoca uma crise de confiança no setor. A diretora executiva do International Mailers Advisory Group, Kate Muth, destacou que “estamos a uma semana da implementação e apenas duas empresas tiveram suas propostas aprovadas”.
O próprio CBP detalhou que, após a mudança, os pacotes poderão ser taxados com tarifas fixas entre US$ 80 e US$ 200 por item, pelos próximos seis meses. Ainda assim, questões sobre quem e como cobrar essas tarifas permanecem sem resposta clara.
Perspectivas futuras e possíveis efeitos em cadeia
Com o encerramento da isenção, os custos e a complexidade do envio de mercadorias aos EUA aumentam, pressionando consumidores, varejistas e serviços postais de diversos países. A suspensão temporária do Serviço Postal Australiana e do Correio de Cingapura, além de paralisações na Noruega e Finlândia, exemplificam os efeitos iniciais da medida.
As empresas de transporte como FedEx continuam a aceitar remessas, enquanto a UPS ainda não se pronunciou oficialmente. A expectativa é de que, sem um entendimento claro sobre a cobrança de tarifas, mais serviços possam suspender suas entregas para os EUA nos próximos dias.
Segundo o porta-voz da Austrália Post, entregas internacionais podem ser afetadas, enquanto o governo americano promete compartilhar mais detalhes em breve. A medida visa combater fraudes e o uso de brechas para evitar tarifas, embora o impacto na economia, especialmente na relação com produtos chineses acessíveis, seja considerado significativo.
O mercado espera que, após a implementação, os pacotes enviados por correio internacional sejam tributados com tarifas baseadas nas taxas de origem, com possibilidade de tarifas fixas temporárias para os próximos seis meses. Ainda não há consenso sobre o funcionamento exato do novo sistema, o que aumenta a instabilidade no setor.
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