Brasil, 22 de agosto de 2025
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Morte de quase 200 animais no Piauí gera investigação do Mapa

Ministério da Agricultura investiga mortes em massa após vacinação contra clostridiose no Piauí, Maranhão e Sergipe.

Uma grave situação tomou conta do cenário agropecuário no Piauí, onde o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga a morte de 199 animais, a maioria ovinos, após serem vacinados contra clostridiose. A vacina suspeita, Excell 10, foi apreendida em uma distribuidora em Teresina, cidade do estado. A preocupação das autoridades e dos criadores é crescente, já que as mortes ocorreram em três estados vizinhos: Piauí, Maranhão e Sergipe.

Clostridiose: um perigo silencioso

A clostridiose é uma doença provocada por bactérias do gênero Clostridium, que podem causar morte súbita em animais, sendo uma preocupação constante para pecuaristas. O surto mais recente teve início em julho, com o registro de sintomas alarmantes nos rebanhos, como fraqueza, febre, apatia, inchaço no local da vacina e até dificuldades renais que levaram a óbito.

No dia 12 de agosto, a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) notificou o Mapa após mais de 100 mortes de animais nos municípios de Simões e Curral Novo, o que levou a uma investigação detalhada da situação. Até o momento, a causa exata das mortes não foi confirmada, embora muitos criadores apontem para a vacina como principal suspeita.

A resposta das autoridades e medidas adotadas

Após a notificação da Adapi, o Mapa intensificou as investigações e emitiu um alerta para que a vacina Excell 10 não seja mais administrada. O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, ressaltou a importância de uma atuação coordenada: “Neste momento o Mapa está dedicado e atuando de forma coordenada e integrada com os órgãos estaduais de defesa sanitária para confirmar a causa dos óbitos dos animais e adotar todas as medidas necessárias para proteção da produção pecuária”.

Na quarta-feira (20), a empresa responsável pela vacina, Dechra Brasil, confirmou que os lotes 016/2024 e 018/2024 estão suspensos e não devem ser utilizados, após recentes relatos de reações vacinais em ovinos e caprinos. Os sintomas observados incluem edema no local da aplicação e febre transitória.

O Mapa orientou que novos casos sejam informados através do canal FalaBR e solicitou relatórios sobre a vacina à Dechra Brasil logo após as primeiras notificações. A fabricante da vacina também está sob fiscalização e já enviou amostras para análise, com previsão de resultados em até 30 dias.

Impacto nos produtores e no setor agropecuário

A situação é alarmante para os criadores da região. Em Simões, 11 produtores rurais relataram perdas significativas, sendo que um deles perdeu 35 ovinos. Além disso, há registros de mortes em outros municípios, como Jatobá do Piauí e São Francisco de Assis do Piauí, e até em estados vizinhos. O impacto financeiro e emocional desta situação pode ser devastador, uma vez que a saúde do rebanho é crucial para a sobrevivência dos pecuaristas.

A investigação parceria entre Mapa, Adapi, universidades locais e a própria Dechra Brasil evidencia a complexidade do caso em questão e a necessidade de respostas rápidas e efetivas. Nesta situação, a comunhão de esforços entre diferentes organizações é essencial para mitigar danos e restaurar a confiança dos produtores em vacinas que são vitais para a saúde dos rebanhos.

O futuro da vacinação e das práticas agropecuárias

Com o desdobramento das investigações, os sinais sobre como a situação será resolvida ainda são incertos. O Mapa tomou a iniciativa de garantir que não haja registros de problemas com outros lotes da vacina, tranquilizando um pouco os pecuaristas. Contudo, a questão da vacinação e a confiança na eficácia e segurança dos imunizantes deverá ser reavaliada com a chegada dos resultados das análises. As práticas de vacinação na agropecuária são fundamentais, e é vital que as autoridades garantam que a saúde animal não seja comprometida.

A situação atual ilustra a fragilidade do setor agrícola diante de surtos repentinamente devastadores, reforçando a necessidade de vigilância constante e ensino sobre a vacinação nas práticas de manejo animal.

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