O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (22) em queda, recuando 0,14%, cotado a R$ 5,470 às 09h05, enquanto o Ibovespa abre às 10h com atenção voltada ao cenário internacional. A expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, impulsiona o mercado, enquanto tensões políticas no Brasil também ganham destaque.
Discurso de Powell em Jackson Hole movimenta o câmbio e as bolsas
O mercado financeiro brasileiro acompanha com atenção o simpósio anual do Federal Reserve, que termina neste sábado (23). A fala de Powell, prevista para às 11h desta sexta, é considerada decisiva para as expectativas sobre os próximos movimentos dos juros americanos. Analistas avaliam que o tom adotado pelo presidente do Fed pode alterar a previsão de cortes de juros já para a reunião de setembro.
Operadores de mercado estimam uma alta probabilidade de redução na taxa básica ainda neste ano, mas um discurso mais duro contra a inflação pode postergar esse cenário. A ata do Fed, divulgada na quarta-feira, reforçou a postura cautelosa do banco central, diante de uma desaceleração econômica e uma inflação persistente.
Tensões políticas brasileiras continuam no foco
No Brasil, o clima político permanece tenso. A Polícia Federal indiciou na quarta-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, por tentativas de interferir em investigações relacionadas ao golpe de Estado de 2023. Segundo a PF, ambos tentaram manipular autoridades e influenciar o andamento do processo, além de tentarem influenciar o governo dos Estados Unidos.
De acordo com o relatório da PF, Eduardo Bolsonaro buscou enganar o governo norte-americano, orientando o pai a evitar certos comentários que pudessem prejudicar sua estratégia de pressão no país. “As mensagens demonstram que as sanções articuladas pelos investigados foram direcionadas para coagir autoridades judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou a polícia.
Mercado global e indicadores econômicos em destaque
Boletim de indicadores e cenário internacional
Nos EUA, os principais índices de Nova York fecharam em queda: Dow Jones recuou 0,34%, S&P 500 caiu 0,40% e Nasdaq teve perda de 0,34%. Na Europa, as bolsas fecharam em alta, com destaque para o acordo comercial entre EUA e União Europeia, que prevê tarifas de 15% sobre diversos produtos, como carros e medicamentos.
As ações na China também avançaram, impulsionadas por notícias de possível flexibilização na postura de Pequim em relação a ativos digitais, com o índice de Xangai subindo 0,13% e o CSI300, que reúne os maiores papéis, avançando 0,39%. Em mercados asiáticos, Tóquio registrou queda de 0,65%, enquanto Seul, Taiwan, Cingapura e Sydney tiveram altas.
Dados do Brasil e perspectivas do câmbio
Além do foco internacional, o Brasil divulga às 10h a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2024, que traça um panorama socioeconômico do país. A publicação revela aspectos como infraestrutura e acesso a serviços essenciais, elementos que influenciam o mercado de trabalho e as perspectivas econômicas nacionais.
Até o momento, o dólar acumula alta de 1,47% na semana e queda de 2,20% no mês, sendo cotado a R$ 5,470. Já o Ibovespa apresenta ganho de 11,83% no ano, apesar de recuar 1,34% na semana, e sobe 1,08% no mês.
Expectativas para o simpósio de Jackson Hole
Com os investidores apostando em um corte de juros ainda neste semestre, o discurso de Powell pode sinalizar uma postura mais rígida contra a inflação, o que dificultaria o avanço da redução das taxas. A expectativa é que ele ofereça pistas sobre os próximos passos do Fed, influenciando diretamente as expectativas do mercado global.
A expectativa de cortes de juros, que já é quase unânime entre operadores, pode mudar caso Powell adote um tom mais firme, reforçando o controle da inflação. Especialistas apontam que futuras decisões dependerão do andamento dos dados econômicos nos EUA até lá.
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