Seis cabeças decapitadas foram encontradas em uma estrada na região central do México, provocando uma investigação significativa das autoridades locais. O achado, que ocorreu em uma área tipicamente pacífica, eleva preocupações sobre a crescente onda de violência associada aos cartéis de drogas no país.
A descoberta alarming e sua localização
O início da manhã de uma terça-feira trouxe uma cena macabra para a polícia local, que se deparou com as cabeças na rodovia que liga os estados de Puebla e Tlaxcala. Essas duas regiões são conhecidas por apresentarem um ambiente relativamente calmo e não estarem tipicamente associadas à violência de cartéis.
As autoridades ainda não determinaram o motivo dos assassinatos ou se grupos criminosos específicos estão por trás desse ato hediondo. Informações preliminares indicam que uma manta foi deixada no local crime com uma mensagem que alerta gangues rivais. Essa mensagem foi, supostamente, assinada por um grupo conhecido como “La Barredora”, que, na tradução, significa “o limpador”.
A conexão com “La Barredora”
“La Barredora” é um nome relativamente desconhecido que opera no estado ocidental de Guerrero, mas ainda não há clareza sobre se esse grupo está diretamente envolvido no ataque ou qual poderia ser seu motivo. A falta de informações provenientes das autoridades tem gerado ansiedade entre os residentes e analistas, que temem que esse possa ser um sinal de um aumento na atividade criminosa na região.
Impacto da violência de cartel em Puebla e Tlaxcala
O Escritório do Promotor de Justiça de Tlaxcala já iniciou uma investigação sobre os horrendos homicídios, com a confirmação de que as cabeças pertencem a homens. A violência por drogas não é uma novidade no México, mas essas descobertas chocantes em Tlaxcala e Puebla vêm em um contexto onde ambos os estados geralmente escapam do tipo de violência extremada que tem sido comum em outras partes do país.
Para se ter uma ideia, Tlaxcala responde por apenas 0,5% das homicídios intencionais registrados de janeiro a julho, enquanto Puebla contribui com 3,4% dos casos em nível nacional. No entanto, os problemas relacionados ao tráfico de drogas e o roubo de combustível, conhecidos como “huachicoleo”, permanecem como desafios sérios nesta região, dada sua localização estratégica.
Um histórico de acontecimentos violentos
Os últimos anos têm sido marcados por um aumento alarmante da violência entre cartéis no México, com centenas de milhares de pessoas assassinadas e dezenas de milhares desaparecidas desde que o governo começou a usar a força militar contra as organizações criminosas em 2006. Recentemente, as autoridades em Puebla descobriram 116 migrantes sendo transportados ilegalmente em um caminhão.
Casos horrorosos também foram reportados em outros locais. Em Sinaloa, um estado devastado pela violência de gangues, vinte corpos de homens com ferimentos a bala foram encontrados em uma faixa de estrada, com cinco deles decapitados. Em outra ocorrência trágica, um tiroteio em um festival de igreja em Guanajuato resultou na morte de sete jovens mexicanos.
A administração da presidente Claudia Sheinbaum está atualmente empenhada em um esforço rigoroso para desmantelar as redes de tráfico de fentanil que se espalham pelo país, mas situações como a descoberta das cabeças decapitadas destacam as dificuldades contínuas no combate à violência do narcotráfico.
A população de Puebla e Tlaxcala observa com apreensão a evolução deste caso, uma vez que, mesmo em áreas tradicionalmente tranquilas, a sombra da violência dos cartéis parece estar se expandindo. As autoridades federais ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as investigações em andamento, mas o clamor por respostas e medidas eficazes para melhorar a segurança está crescendo entre os cidadãos.
O que estava previamente longe do radar da atenção pública agora se torna um estado de alerta para todos os que vivem na região central do México.