Brasil, 22 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Orion: laboratório único para combater pandemias em Campinas

O Orion, laboratório de biossegurança máxima em Campinas, ganha nova dimensão com o início das obras e previsão de conclusão em 2027.

Considerado o primeiro laboratório de biossegurança máxima (NB4) da América Latina, o Orion, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), deu um passo significativo para se tornar uma referência mundial no combate a pandemias. As obras de fundação começaram no dia 21 de agosto de 2025, um marco importante para a construção de um laboratório que promete revolucionar a pesquisa e o monitoramento de patógenos perigosos.

Um projeto otimizado e ampliado

Após a análise de experiências internacionais em laboratórios de biossegurança, a equipe de projeto do Orion implementou mudanças significativas que resultaram em uma estrutura maior e mais complexa. Originalmente projetado para ocupar 20 mil metros quadrados, hoje o laboratório terá 29 mil metros quadrados, e o investimento estimado subiu de R$ 1 bilhão para R$ 1,5 bilhão. Além disso, o prazo de conclusão foi prorrogado para 2027.

A diretora do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Maria Augusta Arruda, ressaltou a importância de unir pesquisas avançadas com a infraestrutura de alta segurança. “Nunca antes tivemos a possibilidade de aliar tecnologias existentes em um ambiente de máxima contenção. Isso proporcionará imagens de interações celulares que hoje são inacessíveis”, comentou Arruda.

O diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque da Silva, explicou que os ajustes no projeto foram frutos de visitas a laboratórios de máxima contenção ao redor do mundo. “Aprendemos com os erros do passado e isso nos permitiu reprojetar certas áreas com mais eficiência, o que impactou tanto o tempo de execução quanto o custo do projeto”, afirmou Silva.

Relevância para o futuro da saúde

A construção do Orion não é apenas uma conquista significativa para a pesquisa científica no Brasil; é uma preparação vital para possíveis pandemias futuras. “A questão não é se haverá uma nova pandemia, mas quando isso acontecerá. Precisamos estar prontos”, destacou Arruda. O laboratório permitirá o diagnóstico, monitoramento e controle de patógenos que podem desencadear crises de saúde pública.

O projeto será essencial para a formação de profissionais capacitados na manipulação de agentes infecciosos e no desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Com o acesso a três linhas de luz do laboratório Sirius, nenhuma outra estrutura no mundo terá capacidade semelhante para realizar pesquisas em níveis tão profundos de detalhe sobre patógenos.

Contribuições para a ciência nacional

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, confirmou que o início das obras do Orion representa “um marco histórico para a ciência do Brasil”. “Este laboratório será fundamental para o enfrentamento de vírus perigosos como aqueles que causam febres hemorrágicas e outras doenças”, declarou Santos.

Com a capacidade de analisar amostras de patógenos, o CNPEM pretende alavancar pesquisas que antes eram impossíveis devido à falta de infraestrutura adequada. Atualmente, vírus como o Sabiá, causador da febre hemorrágica brasileira, têm suas amostras armazenadas no exterior, impossibilitando estudos mais profundos no Brasil.

A união entre ciência e tecnologia

O Orion, nome inspirado na constelação que abriga a estrela Sirius, é uma promessa de inovação no cenário científico nacional. A conexão com o Sirius, que é o principal projeto científico brasileiro, permitirá experimentos que só são viáveis em ambientes de alta segurança. “Estamos falando de uma luz síncrotron de quarta geração que funcionará como um raio X superpotente, essencial para a análise de materiais em nível molecular”, explicou Silva.

Um futuro promissor

O laboratório não só facilitará o entendimento dos mecanismos de ação de agentes patógenos, mas também auxiliará na elaboração de medicamentos e vacinas eficientemente. Isso é crucial considerando o aumento da população e o desmatamento, fatores que podem gerar novos focos de epidemias.

A previsão é que, após a conclusão das obras em 2027, o Orion passe por um rigoroso processo de certificação para garantir que sua operação esteja em conformidade com os padrões internacionais de segurança.

Com iniciativa robusta, o Brasil dá um passo adiante no fortalecimento da saúde pública e na proteção contra as ameaças biológicas do futuro, tornando-se um protagonista na pesquisa e enfrentamento de pandemias.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes