No dia 20 de agosto, o bispo de Winona-Rochester, Bishop Robert Barron, lançou um alerta sobre a circulação de vídeos falsos criados com inteligência artificial (IA) que circulam nas redes sociais, impersonando sua pessoa. Ele destacou que essa proliferação de conteúdo falso tem se tornado um problema crescente e difícil de detectar.
Risco e impacto da IA na reputação de figuras públicas
Barron relatou que há poucos meses, uma mulher o procurou preocupada após assistir a um vídeo falso dele em que ele supostamente se envolvia em um conflito em um restaurante em Chicago. Ele esclareceu: “Não frequento um restaurante em Chicago há cerca de cinco anos”, ressaltando que as imagens geradas por IA podem criar situações totalmente falsas.
O bispo também mencionou um outro vídeo em que ele estaria sendo convocado para uma audiência no Vaticano por “alta liderança”, alegando um encontro com o Papa Leo XIV. “Só encontrei o Papa Leo uma vez — e foi há duas semanas em Roma, onde nos encontramos e trocamos um aperto de mão. Não fui convocado para discussões de alto nível”, explicou Barron.
Vídeos bizarramente falsificados e a monetização dessas fraudes
Entre as imagens falsas, circulou um em que Barron supostamente dava recomendações inusitadas, como “remover demônios do seu vaso sanitário”. O bispo disse que é evidente que esses vídeos são absurdos, mas alertou: “Se você prestar atenção, consegue perceber a diferença entre um vídeo verdadeiro e um fake.”
Segundo Barron, o problema é grave porque os criminosos por trás desses conteúdos lucram com anúncios feitos na internet, o que prejudica sua imagem e também engana pessoas que acreditam nessas notícias falsas.
Recomendações para evitar enganos
Ele aconselhou os fiéis a não se deixarem levar por essas versões falsas. “Não assista a esses vídeos ridículos. Procure por conteúdo autêntico no meu canal do YouTube ou no canal oficial do Word on Fire. Veja se há uma marca de verificação azul ao lado do nome — isso indica que é um vídeo realmente meu”, orientou.
Para concluir, ele reforçou a importância do bom senso ao se deparar com imagens ou vídeos incomuns. “Se você vir algo que claramente foi criado por computador e ouve-me falando sobre coisas absurdas, saiba que não sou eu quem está falando”, afirmou Barron.
Preocupação do Papa Leo XIV com a ética na inteligência artificial
Desde o início de seu pontificado, o Papa Leo XIV demonstrou preocupação quanto ao uso ético da IA. Em 7 de junho de 2025, ele destacou a “necessidade urgente” de refletir sobre o aspecto ético da tecnologia e sua gestão responsável, apontando que o desenvolvimento deve estar centrado na dignidade humana. Leia a mensagem do Papa.
Um mês depois, no summit AI for Good 2025, realizado em Genebra, o pontífice reforçou que a responsabilidade pelo uso ético da IA não é apenas de quem a desenvolve, mas também de quem a utiliza, defendendo a criação de frameworks regulatórios focados na proteção da pessoa humana. Saiba mais sobre o evento.
Na sua última carta sobre o tema, ele chamou atenção para a importância da governança ética global, defendendo que a gestão da IA seja feita de forma a proteger os valores humanos em todos os níveis.
(Texto originalmente publicado pela ACI Prensa, parceiro de notícias do CNA, e adaptado por CNA.)
