Na última quarta-feira, 21 de agosto, a Polícia Federal (PF) divulgou um relatório que cita Vanessa Silva, vereadora suplente do Rio de Janeiro, conhecida nas redes sociais como “Negona do Bolsonaro”. A parlamentar do PL é mencionada como uma das pessoas que o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou para contornar as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Citado em indiciamento por crimes graves
O relatório da PF não apenas menciona Vanessa, mas traz à tona também o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ambos são acusados de crimes como coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, decorrente de ações que visam intensificar sanções do governo dos Estados Unidos ao Brasil.
A PF alega que Vanessa Silva usou suas redes sociais para disseminar mensagens autorizadas pelo ex-presidente, algo que a Justiça havia proibido. A vereadora foi vista como uma peça-chave para a propagação dessas mensagens de apoio a Bolsonaro, mesmo após ele ter sido impedido de se manifestar publicamente.
Os detalhes das comunicações entre Bolsonaro e Vanessa
Em 3 de agosto, durante manifestações que clamavam por anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, Jair Bolsonaro enviou vídeos a Vanessa para demonstrar seu apoio aos protestos, mesmo estando preso em casa devido a medidas cautelares. Após receber o conteúdo, Vanessa republicou a mensagem na rede social X, mencionando: “de casa acompanhando. Obrigado a todos. Pela nossa liberdade. Jair Bolsonaro.” A transmissão desse vídeo foi vista pela PF como uma tentativa de burlar as restrições impostas ao ex-presidente.
O mesmo post foi veiculado no Instagram, onde Vanessa tem uma base considerável de seguidores. Com mais de 100 mil seguidores no X e cerca de 136 mil no Instagram, ela se apresenta como a “mulher 01” de Bolsonaro, mantendo forte presença nas redes sociais em defesa do ex-presidente.
A justificativa de Vanessa Silva
Apesar de ser citada no relatório, é importante destacar que Vanessa não está sob investigação pela PF. Isso levanta questões sobre seu papel e suas intenções ao disseminar conteúdos ligados ao ex-presidente. No entanto, as autoridades destacam que a Comunicação de Vanessa evidenciou um padrão de comportamento oposto à restrição legal imposta a Bolsonaro.
Além disso, Vanessa já se envolveu em polêmicas relacionadas a sua identidade. Em eleições anteriores, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) a impediu de usar o nome “Negona do Bolsonaro” em sua campanha, alegando que o termo era potencialmente ofensivo e racista, o que gerou intenso debate sobre a questão da identidade e composição racial no contexto político brasileiro.
Controvérsias e apoio no cenário político atual
Durante a corrida eleitoral, apesar da restrição do nome, Vanessa conseguiu manter sua candidatura sob seu nome real e até recebeu doações significativas, incluindo uma contribuição de mais de R$ 7 mil do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), uma figura envolvida em controvérsias ligadas a atos golpistas.
Embora Vanessa não tenha se eleito, ela ocupa a posição de suplente e continua a influenciar a opinião pública nas redes sociais, frequentemente postando conteúdo que critica o STF e elogia o ex-presidente Donald Trump. Suas publicações têm foco principalmente em como as sanções americanas afetam o Brasil, consolidando seu papel como uma influenciadora bolsonarista significativa.
Em conclusão, a relação entre Vanessa Silva e Jair Bolsonaro, como delineado pelo relatório da PF, evidencia a complexidade das dinâmicas de apoio político em tempos de crise, revelando as estratégias utilizadas tanto para resistir às medidas legais quanto para mobilizar a base de apoio nas redes sociais. À medida que os desdobramentos dessa situação continuam a se desenrolar, o público acompanhará de perto os movimentos de figuras como Vanessa Silva no contexto atual da política brasileira.
