O comentarista Mauro Cézar Pereira fez duras críticas às declarações de Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, que comentou sobre a disparidade econômica entre o seu clube e o Flamengo, após uma série de derrotas para o rival carioca. Em suas observações, Mauro destacou a qualidade do elenco colorado e considerou as falas de Barcellos como constrangedoras.
A polêmica declaração
Durante uma participação na rádio Jovem Pan, Mauro Cézar não economizou nas críticas. Ele começou relembrando o histórico financeiro do Internacional, afirmando que o clube vendeu parte dos direitos de transmissão e acumulou dívidas, inclusive com o Flamengo, destacando que mesmo assim, tentou se reforçar para a temporada.
“O Internacional vendeu parte dos direitos de transmissão por 50 anos. Aí fez o quê? Tem dívidas, inclusive com o Flamengo, e contratou jogadores”, comentou Mauro, em um tom de indignação. O comentarista citou nomes como Rochet, Borré e Valencia, que representam suas seleções, além de reforços como Carbonero, Bernabei e Alan Patrick. Questionou se a avaliação de que o elenco é fraco está correta, ou se a equipe não está sendo bem treinada.
“Um elenco ruim do Internacional? Ou ele não está bem treinado? O que está acontecendo?”, indagou Mauro, ressaltando que as declarações do presidente soam diferentes quando o Internacional enfrenta times com menor investimento.
O contexto das reclamações
A crítica de Mauro Cézar se dá em um momento delicado para o Internacional, que enfrenta uma sequência de derrotas. O comentarista ainda destacou que Barcellos menciona a disparidade econômica apenas contra os grandes clubes, quando o jogo é contra equipes menores, como os times da terceira divisão, ele não toca no assunto.
“Gente, pelo amor de Deus, isso é uma cara de pau. E é muito constrangedor, ainda mais depois da derrota que sofreu”, afirmou o comentarista, pontuando o estranhamento com a atitude do presidente.
Comparações com outros clubes
Mauro também trouxe à tona o caso do Botafogo, que se tornou um clube empresa (SAF) e, segundo ele, não tem sido alvo de tantas críticas em relação a suas dívidas. “Por que ninguém fica incomodado quando um time vira SAF, não pagam todas as dívidas e passam a contratar jogadores?” questionou Mauro, sugerindo que a hipocrisia nas comparações entre clubes é palpável.
O comentarista lembrou que em 2006, o Internacional superou o Barcelona para conquistar o Mundial, apesar de seu investimento ser significativamente menor que o do time espanhol. Em contraste, o time brasileiro foi derrotado pelo Mazembe, um clube com um investimento muito inferior.
Posicionamento do presidente do Internacional
Após a derrota para o Flamengo na última quarta-feira (20), Alessandro Barcellos, em uma coletiva de imprensa, fez suas colocações sobre a disparidade financeira. Ele afirmou que a diferença entre os investimentos é alarmante: o Flamengo gastou aproximadamente R$ 277 milhões nesta janela, enquanto o Internacional apenas R$ 27 milhões.
“Um investimento de R$ 600 milhões nas últimas quatro janelas. Isso é novo no futebol brasileiro, e precisamos entender e trabalhar nisso”, disse Barcellos, ressaltando a necessidade de manter a competitividade. Ele concluiu dizendo que a diferença está se tornando decisiva dentro de campo e impactando a qualidade dos elencos.
Conclusão
A discussão sobre a disparidade econômica no futebol brasileiro está aberta, e as críticas de Mauro Cézar às falas de Barcellos refletem um contexto mais amplo, onde grandes investimentos por parte de alguns clubes têm levantado questionamentos sobre a competitividade do esporte. Resta saber como o Internacional reagirá a essa pressão interna e externa diante de um cenário desafiador no futebol nacional.